Sunday, April 29, 2007

Lendo jornais, passeando

1. (Prévia: Não conheço São Paulo; conheço o Rio, e acho que é uma das cidades mais bonitas em que eu estive.)

Se São Paulo e o Rio de Janeiro fossem pessoas, um psicólogo poderia dizer que o Rio tem baixa auto-estima. Leitor diário da Folha, jornal nacional editado em São Paulo, não me lembro de, em três meses, ter lido nada parecido com um elogio à cidade no jornal (e sim, criticas negativas, ou até comentários depreciativos dos articulistas). Hoje, domingo, comprei também O Globo, jornal nacional editado no Rio, e em três secções diferentes três articulistas elogiavam sua cidade.

2. Uma página da mesma edição do jornal carioca é dedicada às criticas que um grupo de intelectuais fazem, num livro, ao sistema de cotas raciais que está sendo implantado em algumas universidades do país. Seu argumento principal é que o sistema é ruim porque cria diferencias raciais, segregação num país que não quer ser racista. Minha consideração (influenciada por um artigo que li há tempos no jornal paulistano) é a seguinte: se a discriminação racial existe nos níveis econômico e social e provoca, entre outras coisas, que os negros continuem sendo os mais pobres do país, vamos agora nos manifestar contra uma discriminação positiva nas universidades para não criar uma segregação que já existe?

3. Hoje, coisa estranha em mim, senti piedade por alguém. Na Rua da Praia, em Porto Alegre, vi uma senhora que mal se mantinha em pé. Avançava muito devagar, enroscada sobre ela mesma, o tronco caído para frente, uma perna torta, ajudada em um lado por um homem negro e no outro por um jovem branco. (Ela era branca; falo nas cores da pele só porque me levaram a pensar que essas pessoas podiam não ser necessariamente o filho e o neto, mas duas pessoas que, simplesmente, ajudavam à velha.) Passei pelo trio, tive um arrepio, e senti uma vontade enorme de me virar e dar um beijo nela. E de sorrir pra eles. (Outra coisa eu não ia poder fazer...)

Thursday, April 26, 2007

Porque la vida puede ser maravillosa 2 (Después del 3 a 1... Espanyol 3 - Werder Bremen 0)

Que todo o mundo o saiba: tem outro time
jogando futebol em Barcelona!

E na Europa! HAHA!


Espanyol All Star! A dream that can last!
Força sempre, Espanyol!

Your ass will burn in HELL

I want to share with you something funny, a crazy debate on religion that I helped to ignite on youtube.

It was all in response to a video in which Fox neocon Bill O'Reilly interviewed Richard Dawkins, author of The God Delusion, a best-selling book about the falsehood of religion.

It went like this:

christianjax (6 hours ago)
If you want scientific proof of God, explain theTHOUSANDS of christian statues and paintings around the world that routinely BLEED human blood, and cry human tears. There is NO scientific explaination. Yet it happens. AND the blood comes from areas common with the crucifixion such as wrists and feet. And the "tears" always come from the eyes of the statues or paintings. Coincedence? That takes a bigger leap of faith than to believe in the divine.
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rcardusj (6 hours ago)
are you on drugs?
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christianjax (6 hours ago)
no, never had them or never will.
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christianjax (5 hours ago)
and just curious, but are you actually denying that ithappens? Try googling "bleeding statues" or "crying statues", it is VERY documented. You would have to be a crack head to NOT have heard of it.
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rrWjr423 (5 hours ago)
yeah i deny it. i haven't seen it personally, and i doubt you have either. until then you can google just about anything.
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christianjax (5 hours ago)
It isn't just a google thing. I've seen several news stories on national news sources about crying or bleeding statues. There was even a show on the history channel about one particular statue that was exrayed and examined to try and figure out the cause. NO cause was ever found. Go ahead and live in denial. I hope you can deny the flames of hell buring your ass too.
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rRwj342 (5 hours ago)
ahahhaha, spoken like a true blue re-pubic-an so called christian. ahahahaha. burn your lips on this hard dick hippo-crit.ahhaaahaa.true so called christians don't judge or cuss dipshit.ahahahaha
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Datan0de (5 hours ago)
I did Google "bleeding statues". Two of the top three links explain how under impartial scrutiny they turn out to be hoaxes. The third is a page full of mad ramblings that asks for money at the end. To believe that which is supported by evidence requires no faith at all, and to apply faith is to abandon reason.
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christianjax (5 hours ago)
What you saw is how it COULD BE FAKED. not that it IS faked. There IS a difference. And that does not explain the thousands of cases. Many scientificly investigated with NO explaination. But just like a liberal to discount overwhelming evidence to fit their agenda.
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rRwj342 (5 hours ago)
ahhahaha, dumb ass. i guess you believe in ufos also. point is, you have never seen it personally so get liberal on deese..... deese salty, sweaty nuts.hahahaha
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Sunday, April 22, 2007

Poema

Un poema mío (en dos versiones) y dos citas.



La vela y el mástil son libres
Y nunca se casarán
Se irán con las olas
Y las corrientes y naufragios


Como a vela e o mastro sou livre
E nunca irei me casar
Juntarei-me às ondas
Às correntes e aos naufrágios


"Sei o caminho dos barcos"
(Renato Russo, Os barcos)


"Com esta, embarquei-me trinta e cinco vezes. E não sei nada. Que fará dos que só viram o mar desde o cais?"
(Padre Antônio Vieira, falando às autoridades eclesiásticas de Lisboa, S. XVII)

Friday, April 20, 2007

Rio, avui

(D'un e-mail enviat al meu germà Oriol, que vol fer una ruta pel Brasil.)

Rio de Janeiro... Avui al diari surt una foto amb 1.300 roses plantades a la sorra de Copacabana, representant els homicidis que hi ha hagut en els quatre mesos que portem d'any. La cosa està que trina. Des que els paramilitars han ocupat algunes faveles, les bandes rivals, CV (Comando Vermelho) i ADA (Amigos dos Amigos) es disputen les poques boques de fum (punts de venda de droga, a l'accés de les faveles) que queden, i cada dia hi ha tiroteigs i morts per bala perduda (alguns dels morros disputats són molt a prop del centre). Hi podeu anar si aneu amb compte. No sou negres ni pobres, o sigui que el risc de què us pelin és poc.

PS: Recordeu el final de la pel·lícula Cidade de Deus? (Batalla final entre les dues faccions de la favela; gran matança; intervenció de la policia; captura, després de molt temps, del líder de la facció dominant, rei del narcotràfic, Zé Pequeno.) Tres policies s'emporten Zé Pequeno en un furgó policial, però no surten de la favela: van a casa d'ell, carreguen dues maletes i l'alliberen.

Well, notícia d'avui: "Identificado como mentor de la invasión del Comando Vermelho al morro de Mineira, centro de Río, que dejó 19 muertos, Thiago de Melo Castro, Thiaguinho, de 23 años, fue liberado por la policía tras ser detenido el miércoles en el cementerio de Catumbi. El policía que registró la ocurrencia fue preso administrativamente por la Policía Militar. (...) Las policías Militar y Civil informaron que el caso está siendo investigado".

Thursday, April 19, 2007

Da Folha para vocês 3 (Somos culpados, mas de quê?, de Contardo Calligaris)

Many people I know may understand this very well. (And who may not?)

(Contardo Calligaris sigue empeñado en la titánica tarea de salvar al mundo de la frustración.)

(...)

El problema, como Freud constató, es que la gente se culpa más de lo necesario: vemos crímenes donde no los hay, consideramos que nuestras vagas intenciones y nuestros sueños nocturnos ya son delitos y nos castigamos para aliviar los tormentos de nuestra culpa. Sea como sea, hasta los años 60, el sentimiento de culpa -necesario o patológico y excesivo- parecía ser sólo esto: el arrepentimiento por no haber respetado una norma o autoridad.

En su seminario (un poco críptico) de 1959-60 ("La ética del psicoanálisis"), Lacan propuso algo diferente: la culpa más relevante e intensa surgiría no por haber desobedecido una norma, sino por haber descuidado nuestro propio deseo, por haber desistido de actuar como queríamos. Podemos arrepentirnos de nuestras transgresiones, pero lamentamos más amargamente las ocasiones perdidas.

(...)

Pues bien, el año pasado, Ran Kivetz y Anat Keinan publicaron una investigación que confirma experimentalmente la intuición de Lacan: "Repenting Hyperopia: an Analysis of Self-Control Regrets". En tres protocolos de investigación, Kivetz y Keinan confirmaron lo siguiente:

1) todos condenamos las decisiones que sólo se fijan en el placer inmediato sin tener en cuenta las consecuencias futuras (desde comer la segunda ración de torta o gastar el dinero que no tenemos hasta cometer un pecado por el cual responderemos en las puertas del purgatorio);

2) pero esa condena es fugitiva, efímera: a largo plazo (al cabo de un año, por ejemplo), considerando la decisión que nos pareció sabia (no comer la segunda ración de torta, no gastar, no pecar), lo que prevalece es el arrepentimiento por haber perdido una ocasión, por no haber actuado según nuestro impulso o deseo.

Según la metáfora óptica usada por Kivetz y Keinan, sabemos que nuestros impulsos son miopes (sólo ven la satisfacción del momento) y nos parece correcto actuar como hipermétropes (lo que, en general, significa dejar de actuar, focalizando y recelando de las consecuencias lejanas de nuestros actos); a corto plazo, nos felicitamos por haber pensado en el futuro, mientras, a largo plazo, lamentamos haber sido hipermétropes y desperdiciado satisfacciones que estaban a nuestro alcance inmediato.

Kivetz y Kenan sugieren una explicación: a largo plazo, los actos pasados son integrados en una especie de balance de nuestra vida, balance en que debemos decidir si la aventura estuvo bien, si valió la pena. En este balance, el lamento por las cosas que queríamos y no nos atrevimos a hacer pesaría más que el mérito de las "sabias" decisiones que comandaron nuestras renuncias.

De cualquier forma, el hecho es que el arrepentimiento por no haber escuchado el deseo parece hablar más alto y durante más tiempo que el arrepentimiento por haber osado transgredir.

Sería aventurado concluir que, para no arrepentirse en el futuro, deberíamos hacer realidad cualquier deseo. Pero queda una sospecha, o mejor, una lección: frecuentemente, las razones que mantienen nuestro comportamiento dentro de los padrones esperados (obediencia al orden social, a nuestros padres, a la tradición, etc.) son apenas racionalizaciones de una cobardía de la que nos arrepentiremos un día.

Para entender plenamente el alcance de la investigación, olvidémonos de la segunda ración de torta, los gastos y los pequeños pecados (ejemplos triviales usados en el experimento) y pensemos en las decisiones cruciales de nuestras vidas: un cambio de carrera al que hemos renunciado para no decepcionar o preocupar a las personas más próximas, una pasión amorosa que hemos silenciada porque habría encontrado la desaprobación de las mismas. Pues bien, a largo plazo, esas renuncias duelen más de lo que dolería la culpa por haber transgredido normas y expectativas, siguiendo nuestro deseo.

Tuesday, April 17, 2007

Dia de raiva 3

A la pel·lícula, Elephant, inspirada en la matança de Columbine, Gus Van Sant ensenyava com dos adolescents compraven dues metralladores per Internet i les muntaven a la sala d'estar de casa seva.

Al Brasil, on moren tants nens per armes de foc com a l'Orient Mitjà, es poden comprar armes gairebé amb la mateixa facilitat. I l'any passat, en el referèndum sobre el desarmament, els brasilers van votar massivament a favor de poder continuar comprant-les.

Well, keep it up, Americans, you're going the fucking right way.

Brasileiros, vocês também estão indo bem.

Guns don't kill. Men kill. (Ah, então tá.)

Mas tudo bem, que o que vem é perfeição.

Monday, April 16, 2007

Dia de raiva 2

1. Ahir a la nit, mentre jo, estirat en un llit de matrimoni, llegia un llibre de la Clarice Lispector (très chic), un jove de la meva edat dormia estirat a la vorera, a 10 metres de la finestra del meu apartament.

2. Va demanar-nos a mi i a la Gabriela si teníem una mica de menjar i l'hi vaig donar un paquet de galetes de xocolata dels que em van regalar per Pasqua (no sóc pobre, però tinc la nevera buida). La Gabriela em va dir que ho fes a través de la reixa. Em vaig sentir com si estigués en un zoològic i l'home fos un animal.

3. Si jo fos pobre i no tingués res per menjar, no buscaria a les escombraries (ara, tornant de córrer, he vist un home que ho feia): atracaria directament.

Saturday, April 14, 2007

Cacau

Imitando a Maria, brasileira que mora na Suécia (tem o link ao seu blog na coluna à direita), resolvi fazer breves resenhas dos livros brasileiros que eu leio. Assim como as dicas ou traduções de músicas, acho que podem ser de interesse para alguém. Se não, vou fazê-lo mesmo para me divertir.

Cacau é de 1933. É um dos mal chamados "romances comunistas" de Jorge Amado. Romances que são, na verdade, realistas e engajados. E é o segundo romance do escritor. Nele dá para ver, em alguns detalhes, que Amado ainda não é o grande escritor que depois será (em Capitães da Areia, de 1936, ou em Gabriela, cravo e canela, de 1958, por exemplo: os outros dois livros dele que eu li). Mas mesmo assim é um livro bom. E, mais importante, serve para entender como era a vida dos negros que, nessa época, trabalhavam nas roças de cacau em regime de semi-escravidão. Até serve para entender declarações como as da atual Ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, que achou compreensível que um negro não gostasse de um branco. ("Quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou", a ministra falou; e a imprensa não demorou em se jogar em cima dela. Claro que é ministra, e ainda da igualdade racial; mas também é pessoa...)

Meu trecho preferido do livro é aquele em que o negro Osório tem ordens de matar um companheiro porque o tal companheiro (esqueci o nome) esfaqueou o filho do fazendeiro (a quem achou transando com sua namorada). Aí Osório diz: Pega tudo e vá embora. E abraça o companheiro. O companheiro vai embora, e Osório dispara pro mato. O narrador, que é o único branco que trabalha na roça, presencia a cena e fica comovido. Osório diz: Capataz até eu mato, mas trabalhador eu não mato. O narrador fica pensando nos motivos de Osório. Osório gostava do outro? Gostava, sim, mas não foi por isso que não o matou. Então pensa que foi por generosidade. E finalmente diz: Só quando cheguei no Rio aprendi o que era aquela generosidade. Uma palavra bonita: consciência de classe.

O Ronaldo, que foi, junto com a Rose e a Rosa, quem me deu o livro de presente, guarda na sua casa em Salvador um recipiente de vidro cheio de papelzinhos dobrados; papelzinhos com frases que ele mesmo procura e digita no computador. Os amigos podem pegar esses papelzinhos, e eu guardo dois deles em casa, correspondentes às duas visitas que lhe fiz (guardo eles inapropriadamente, num cinzeiro onde deixo as moedas de 5 e 10 centavos). A Gabriela copiou essa idéia, e tem agora um recipiente desses em casa, e pouco a pouco vai enchendo-o de papéis. A primeira frase que eu ganhei dela foi a seguinte, bem relacionada com o livro de Amado. Frase de Dom Helder Câmara, religioso cearense, arcebispo emérito do Recife e Olinda:

"Se dou comida aos pobres, chamam-me de santo; se pergunto por que pobres não têm comida, chamam-me de comunista."

Nas imagens, colheita de cacau e trabalho nas barcaças.

Mais sobre este tema em Fazendas de cacau na ficção amadiana.



Wednesday, April 11, 2007

Un poema i una cita

Als vidres dels autobusos de Porto Alegre hi ha poemes com aquest:

Al entrar en el bus y sentarme a tu lado
Eternicé mi presente
Olvidé mi pasado
Imaginé mi futuro
Contigo de amada
Y me pasé de parada

I als llibres hi ha frases com aquesta:

"Todo me parecía fantástico, era completamente feliz y libre porque no tenía ningún sueño" (Sal Paradise a On the Road)

I aquest és el meu post número 100.

Tuesday, April 10, 2007

Traduccions de Brasil 20 (Love in the afternoon, de R. Russo)

Es tan extraño
Los buenos mueren jóvenes
Parece ser así
Cuando me acuerdo de ti
Que al final te fuiste
Demasiado pronto

Cuando yo te decía
"Me enamoro cada día
Y es siempre la persona equivocada"
Tú sonreíste y dijiste:
"A mí también me gustas tú"

Sólo que tú te fuiste demasiado pronto

Yo continuo aquí
Con mi trabajo y mis amigos
Y me acuerdo de ti en días así
Un día de lluvia, un día de sol
Y no sé decir qué siento

Ve con los ángeles! Ve en paz
Era así cada día por la tarde
El descubrimiento de la amistad
Hasta la próxima vez

Es tan extraño
Los buenos mueren antes
Me acuerdo de ti
Y de tanta gente que se fue
Demasiado pronto

Es demasiado pronto
Yo aprendí a tener todo lo que siempre quise
Pero no aprendí a perder
Y yo, que tuve un comienzo feliz
Del resto no sé qué decir

Recuerdo las tardes que pasamos juntos
No es siempre pero sé
Que tú estás bien ahora
Sólo que este año
El verano acabó
Demasiado pronto

Sunday, April 08, 2007

Douglas Silva

Douglas Silva (a la foto, a la dreta, amb Darlan Cunha) va viure la seva infància i adolescència a la favela Kelson, la més pobre del conjunt de faveles més gran de Rio de Janeiro, el Complexo da Maré, tocant a la badia de Guanabara. Després es va fer famós, primer per la seva participació a la pel·lícula Cidade de Deus, i després com a protagonista (feia de pare despistat; massa jove per saber cuidar el seu fill) de la sèrie de televisió Cidade dos homens (totes de la productora O2, una de les més innovadores de Brasil). Però abans va passar molts anys a la favela, cuidant la seva mare i els seus cinc germans, tots de diferents pares. Entrevistat a "Central da Periferia", un programa dedicat a ensenyar la cara amable de les faveles (que en general només surten als mitjans en relació amb casos d'assassinats o narcotràfic), Douglas parlava dels seus amics d'infància, ensenyava la casa on va néixer (que ja no existia: els carrers i parets de les faveles estan en constant mutació), el camp de futbol de terra on jugava, el lloc on s'estirava a veure aterrar els avions. La periodista va preguntar-li si alguna vegada s'havia imaginat volant en un d'aquells aparells (al mateix temps, es veien imatges de Douglas passejant per la Cinquena Avinguda de Nova York, on va anar a promocionar Cidade de Deus), i Douglas li deia que no amb un somriure tímid, ensenyant les grans dents blanques. Com si encara no s'ho cregués. O com si no s'ho mereixés. Llavors la periodista li va preguntar si, ja famós, encara era víctima de "preconceito" ("prejudicis"; no va fer servir la paraula "racisme"). I ell va dir que sí. Que encara ara, a vegades, passejant per la zona sud de Rio (la més rica), sentia el klek dels seguros dels cotxes tancant-se quan ell s'apropava. I va explicar que aquell so, el klek, klek, klek dels seguros dels cotxes, l'havia acompanyat durant tota la seva infància i li havia quedat gravat per sempre.

Això últim, que em va deixar molt trist, li vaig explicar a la meva amiga Rose de Salvador en un e-mail. I ella em va contestar el següent:

"Isso que você comenta sobre o Douglas Silva... Acontece tanto. Uma pena, mas é assim ou pior que o negro é visto nesse país. Aí eu me pergunto: como é que se pode melhorar a imagem do negro no nosso país, se é aqui mesmo que ele começa a ser ainda mais mal visto? As novelas revelam isso, as notícias de jornais, etc. Que loucura..."

I miss...

I miss my old time friends.

(Representats aquí -TOTS- per la Cristina.)


Saturday, April 07, 2007

Da Zero Hora para vocês 2 (Não existe a bossa nova, de R. Silvestrin)

Fue lo que dicen que João Gilberto dijo. Para João Gilberto, todo lo que él hace es samba. No es bossa nova. En uno de los encuentros del Sarau Elétrico, el músico y profesor Carlo Pianta mostró con la guitarra cuál fue la invención del cantante e instrumentista bahiano que fundó el género llamado bossa nova. Es la siguiente: en vez de marcar el tempo fuerte de la samba en la cuerda grave, que da aquel peso de la percusión, João lo marca en las cuerdas agudas, aquellas tres de debajo. El resultado es que la samba suena más suave, y con su voz se hace melodiosa, ligera. Pero João Gilberto no está equivocado cuando dice que eso, amigos míos, es samba. Sólo que tocada de un modo algo diferente. Es como el psicoanalista francés Jaques Lacan. Lacan dijo que no era lacaniano. Que no sabía qué era eso. Aunque muchos lo fueran. Dijo que era freudiano. Lo que él formuló es una visión de lo que Freud descubrió.

Fui a ver a Paulinho da Viola al Teatro do Sesi. (...) Paulinho es hijo de la música brasileña, del choro y la samba. Paulinho compone y toca canciones de ambos géneros. Siempre con los arreglos más elegantes. La ligereza que João sólo pudo alcanzar cambiando de lugar el compás, Paulinho la obtiene sin cambiar nada. Sus letras muchas veces hablan de una cierta melancolía. Com bien cantó Vinicius: "Fazer samba não é fazer piada / quem faz samba assim não é de nada / o samba é uma forma de oração / porque o samba é a tristeza que balança / e a tristeza tem sempre uma esperança / de um dia não ser mais triste não".

(...)

Paulinho no necesita más que samba para hacer grande su arte. Así como João Gilberto. Así como Lacan no necesita más que a Freud.

Friday, April 06, 2007

Da Folha para vocês 2 (Deus feito pão, de Frei Betto)

El fraile Betto, de 62 años, es uno de los teólogos de la liberación -como Leonardo Boff o Jon Sobrino- silenciados, castigados y perseguidos por Roma.

(...)

Ya no tenemos las largas guerras que inquietaron a escritores como Tolstoi o Camus; lo que vemos, de Bagdad a Guantánamo, es escabroso comparado con la ingeniería marcial de los ejércitos de antaño: el camino hacia el futuro está cubierto de cuerpos degradados y hambrientos. Hoy, tropezamos en la calle con seres con la dignidad descuartizada. Todos los discursos oficiales y los ajustes fiscales ofenden a la condición humana por exaltar la concentración del lucro e ignorar el reparto de vida. En su hipocresía, el sistema salva su aura cristiana y excluye el pan. La metafísica monetaria estabiliza monedas y desestabiliza familias; reduce la inflación y aumenta la miseria; socorre bancos y multiplica el desempleo; abraza el mercado y desprecia el derecho a la vida -y vida en abundancia, para todos.

La globalización despolitiza, el esoterismo desculpabiliza y el consumismo individualiza. Libres de ideologías mesiánicas, culpas aterrorizadoras y altruismo colectivo, vamos a la deriva en este nuevo siglo, cuyas pitonisas proclaman que "la historia acabó".

La Pascua es travesía -también hacia una ética política, que haga el pan accesible a cada boca y, el vino, alegría en cada alma. Somos nosotros quienes, en vida, debemos resucitar las potencialidades del espíritu, premisas y promesas de una verdadera dignidad humana. En una mezcla de Proust y En busca del arca perdida, debemos retomar urgentemente la búsqueda de la conciencia perdida, donde la solidaria indignación frente a las injusticias huela a magdalenas apetitosas. En caso contrario, seremos engullidos por esos simulacros de pirámides -shopping centers- que ni siquiera tienen estructura para mostrar a la posteridad lo grande que fue la pobreza de espíritu de una generación que tenía, como suprema ambición, media docena de aparatejos electrónicos.


I would like to express my extreme point of view
I am not a Christian and I am not a Jew
I am just living out the American dream
And I just realised that nothing
Is what it seems

Wednesday, April 04, 2007

Liberté, égalité, fraternité

(Faig servir aquest dibuix tret del blog de l'Adão Iturrasgarai, que és un dibuixant que m'agrada molt, per felicitar la Clotilde. Felicitats, Clo! Ja sé que no és un dibuix gaire apropiat per a un aniversari, but then, we live in a fucked up world.)

El meu colega i amic Zou em va convidar a participar en un llibre de dibuixos contra la brutalitat de la policia francesa. Laerte també hi participa, i Crumb, Gilbert Shelton, Hunt Emerson. Bé, en matèria de brutalitat, la policia brasilera dóna mil voltes a la francesa. Suggereixo que la policia francesa vingui a fer unes pràctiques aquí... Aquest és el dibuix que vaig fer.


MENTRESTANT, AL BRASIL...*
*Però França ja hi arribarà...

Traduccions de Brasil 19 (Ai de ti, Copacabana, de Rubem Braga)

1. Ay de ti, Copacabana, porque ya di la señal clara de que ha llegado la víspera de tu día, y no la viste; pero mi voz penetrará hasta tus entrañas.
2. Ay de ti, Copacabana, porque a ti te llamaron Princesa del Mar, y ciñeron tu frente con una corona de mentiras; y diste carcajadas ebrias y vanas en el seno de la noche.
3. Ya moví el mar de un lado y de otro, y sus olas tomaron Leme y Arpoador, y tú no viste la señal; estás perdida y ciega en medio de tus iniquidades y de tu malicia.
4. Sin Leme, ¿quién te gobernará? Fuiste inicua delante del océano, y el océano mandará sobre ti la multitud de sus olas.
5. Grandes son tus edificios de hormigón, y se yerguen delante del mar como una muralla desafiante; pero serán abatidos.
6. Y los oscuros peces nadarán en tus calles y la fétida marea cubrirá tu faz; y el septentrión lanzará las olas sobre ti en un rehervir de espuma cual rebaño de carneros en pánico, hasta morder la base de tus cerros; y todas las murallas caerán.
7. Y los pulpos habitarán tus sótanos y las negras jamantas tus tiendas de decoración; y los meros se ocultarán en tus galerías, desde Menescal hasta Alaska.
8. ¿Quién entonces especulará con el metro cuadrado de tu terreno? Si en realidad no habrá terreno alguno.
9. Ay de aquellos que duermen en lechos de marfil en las habitaciones refrigeradas y desprecian el viento y el aire del Señor, y no obedecen la ley del verano.
10. Ay de aquellos que pasan con sus cadillacs tocando la bocina, pues no tendrán tanta prisa cuando vean enfrente la hora de la prueba.
11. Tus doncellas se tienden en la arena y pasan por su cuerpo óleos odoríferos para tostar la tez, y tus mancebos hacen de las motos instrumentos de concupiscencia.
12. Ululad, mancebos, y clamad, mocitas, y bambolearos en la ceniza, porque ya se cumplieron vuestros días, y yo os quebrantaré.
13. Ay de ti, Copacabana, porque los abadejos y las garopas estarán en los fosos de los ascensores, y los niños del cerro, cuando llegue el tiempo de las sardinas, lanzarán atarrayas al Canal de Cantagalo; o lanzarán sus hilos desde los altos del cerro de Babilônia.
14. Y los pequeños peces que habitan los acuarios de vidrio serán liberados por todas las generaciones.
15. ¿Por qué rezáis en vuestros templos, fariseos de Copacabana, y lleváis flores a Yemanjá en medio de la noche? ¿Acaso no conozco la multitud de vuestros pecados?
16. Antes de perderte agravaré tu demencia -¡ay de ti, Copacabana! Los gentíos de tus morros bajarán ululando sobre ti, y los cañones de tu propio Fuerte se volverán contra tu cuerpo, y tronarán; pero el agua salada llevará milenios para lavar tus pecados de un sólo verano.
17. Y tú, Oscar, hijo de Ornstein, escucha mi orden: reserva para Yemanjá los más espaciosos aposentos de tu palacio, porque allí, entre algas, ella habitará.
18. Y en el Petit Club los calamares comerán cabezas de hombre fritas en su cáscara; y Sacha, el hombre rana, tocará el piano submarino para los fantasmas de las mujeres silenciosas y verdes, cuyos nombres estuvieron muchos años en las columnas de los cronistas, en el tiempo en que había columnas y había cronistas.
19. Pues grande fue tu vanidad, Copacabana, y hondas fueron tus heridas; ya se incendió el Vogue, y no viste la señal, y ya mandé tragar las arenas de Leme y todavía no ves la señal. Pues el fuego y el agua te consumirán.
20. La rapiña de tus mercaderes y la libación de tus perdidos; y la ostentación de la hetaria del Puesto Cinco, en cuyos diamantes se coagularon las lágrimas de mil niñas miserables -todo pasará.
21. Así cual oscuro alfanje la aleta de los inmensos cazones pasará al lado de tus antenas de televisión; aunque muchos peces morirán al bañarse en el whisky falso de tus bares.
22. Píntate cual mujer pública y ponte todas tus joyas, y aviva el barniz de tus uñas y canta tu última canción pecaminosa, pues ya es tarde para plegarias; y que se estremezca tu cuerpo fino y lleno de máculas, desde el edificio Olinda hasta la sede de los Marimbás porque es sobre él que va mi furia, y lo destruirá. Canta tu última canción, Copacabana.


Río, enero, 1958

Tuesday, April 03, 2007

Chico Buarque y una historia de amor

(Per l'Elvi i tothom que estigui interessat en la música brasilera -"Brasil é o país mais musical do mundo", R. Russo dixit.)

(D'un reportatge publicat al diari Zero Hora, de Porto Alegre.)


Gabriela Milani Leal y Guilherme Forni Barcelos, ambos de 16 años, son novios desde hace nueve meses. Y adivinen la banda sonora de su relación. No es ninguna balada emo: es "Eu te amo", de Tom Jobim y Chico Buarque, escrita en 1980, antes de que ellos nacieran.

Gabriela y Guilherme se dirigieron a Zero Hora el miércoles, después de pasar por varios hoteles de Porto Alegre en busca del ídolo Chico Buarque, sin encontrarlo. Ni siquiera comieron, pero cuentan que mataron el hambre cantando "Feijoada completa" (compuesta por Chico en 1977).

"En el colegio a nuestros colegas les extraña que nos guste tanto Chico Buarque. Algunos llegan a decirme que parezco una abuela, o que nuestra relación está en crisis. Pero no les hago ni caso", dice divertida Gabriela.

Los dos se conocieron también por causa de Chico. Gabriela era monitora de literatura, y Guilherme la buscó para discutir las letras del compositor.

"Yo ya había tocado 'A pesar de você' con la guitarra, el año anterior, en un trabajo sobre la dictadura militar, y me gustó mucho. Pero no entendía bien las letras. Gabriela me las explicó."

Gabriela empezó volviéndose fan de las letras de Chico Buarque
-llegaba a declamarlas delante del espejo. Después, descubrió las melodías escuchando los CD que Guilherme le prestó.

"Es dificil decir cuál es más bonita. En mi lista están 'O meu guri', 'Morena de Angola', 'Construção', 'Olê Olá', 'Quem te viu, quem te vê', 'Meu caro amigo', 'Mambembe', 'Samba de Orly'...", enumera Gabriela, mientras Guilherme apuesta por el ritmo y escoge dos: "Feijoada completa" y "Apesar de você".

Gabriela, que también es fan de Legião Urbana y de Cazuza, y Guilherme, a quien le gustan los Beatles, Raul Seixas, Led Zeppelin, pero también Paulinho da Viola y João Bosco, tienen otra cosa en común además de Chico Buarque.

"Crecí escuchando a mi padre tocar con la guitarra esas músicas antiguas. Y él siempre me enseñó que hay que poner atención en la melodía, antes que en la letra. Y Chico es un crack en las dos cosas", dice Guilherme.

"A mi padre le encanta buscar en los mercadillos discos de artistas de antes. Le gustan Lulu Santos y Legião, pero también Demônios da Garoa (famoso grupo de samba paulista de la década de los 50). ¿Qué artista de hoy es capaz de componer una letra como la de 'Samba de Orly', en que Chico habla del exilio, o de 'Meu guri', en que se coloca en el papel de una madre lamentando la muerte de su hijo? Chico es tan bueno que no tiene edad."

Sunday, April 01, 2007

Madame Rucki, el mundo de la moda y la gente rica

(Traducción de parte de un reportaje escrito por Mônica Bergamo en la Folha de São Paulo.)

Pedro Lourenço se coloca los auriculares para oír la traducción, Reinaldo Lourenço toma notas en una libretita, André Lima levanta la mano para hacer una pregunta. Son las cinco de la tarde del martes y los estilistas del primer equipo de la moda nacional están en un aula escuchando los consejos de la francesa Marie Rucki, directora del Studio Berçot, una de las más importantes escuelas de moda del mundo. Madame Rucki pasó una semana en Brasil para dar conferencias en el centro comercial Iguatemi y un curso intensivo en la Escuela São Paulo. La agenda para los alumnos: recherche de moda, creación de una colección y -tarea sorpresa- compras en la calle 25 de Marzo.

¿¿¿Veinticinco de Marzo??? "Es la Meca de los estilistas", dice Rucki, que fue profesora de nombres como Christian Lacroix, Jefferson Kulig y Lorenzo Merlino. "Id allá, comprad 10 cm de tejido. Ni más ni menos." El grupo -casi 40 alumnos que pagaron 2.900 reales por el curso- tuerce la nariz. "¿Tiene que ser en la 25?", pregunta André Lima. "Sí. Es barato. Detesto gastar", dice Rucki, que viste una tiara roja de la marca italiana Miu Miu y un vestido comprado en unos grandes almacenes franceses (ella ciertamente no gastaría un duro en las caras creaciones de sus alumnos brasileños). "Personal, ésta no sabe como tengo la agenda", se queja Natalia Klein, heredera de las Casas Bahia y dueña de la NK Store. "Veré si consigo ir, pero no lo garantizo."

"Un estilista tiene que ver cosas bonitas", dice Madame Rucki a esta reportera. "En Brasil, no las he visto. Todos los días, cuando llego al centro comercial [Iguatemi], veo esa decoración tan horrible, con conejos gigantes. Es un insulto." Por la tarde, pasa del centro comercial a la calle Oscar Freire -"la calle esnob de São Paulo"-, donde da el curso. "No lo vale, no lo vale, no lo vale", repite, cuando la actriz Tuna Dwek, su traductora en SP, le informa de los precios (en dólares) de los vestidos de los escaparates. Pasa por tiendas como Isabela Capeto, Maria Bonita, Cori, Melissa y... ¡basta! Pide que la lleven a una tienda de la red Marisa, allí cerca, en la calle Augusta. "¡Es mejor que Fendi!", dice, sujetando un vestido de viscolycra de 59,90 reales. Y sigue hasta la caja de la tienda popular. "No es importante si está bien hecho o no. Hace calor y necesito algo ligero."

"Los brasileños son muy elegantes. No comen mucho y, por eso, son naturalmente delgados. Son pobres y visten sólo lo indispensable", considera Rucki, tras las compras en Marisa. "El 'nouveau riche' es el que es gordo y siempre feo. Es demasiado estúpido para ser elegante", dice.

"¿Lula no es el nombre del presidente?", pregunta, apuntando un plato de la carta del restaurante del hotel Emiliano. "Así es. Pero también es un fruto del mar", explica Tuna. "¡Qué divertido! Brasil es divertido." Y continúa: "Las mujeres brasileñas son lindas, mucho más que las francesas. Son mestizas, tienen las piernas largas y los dientes bonitos".

Por la tarde del día siguiente, miércoles, un grupo encogido -poco más de la mitad de los 40 alumnos brasileños de Madame Rucki- aparece para ir a la calle 25 de Marzo. "Un estilista es una mente inquieta."

Los vendedores ambulantes se aglomeran alrededor del grupo. "¿Es la reina de Inglaterra, verdad?", pregunta uno de ellos. Madame Rucki, seca, grita al grupo: "¡Muévanse!". Y desaparece entre las tiendas de tejidos. "J'adore, j'adore", dice, sujetando un pedazo de indiana. En otra tienda compra dos toallas de baño a 13,90 reales cada una, para regalar a amigos. Luego compra algodón para bordar -9,90 reales el metro- y se sienta en un bar. "¡Qué calor hace!", dice, tomando agua con una pajita, al lado de la modelo y estilista Chiara Gadaleta. "Esa cosa de querer ser estilista por el glamour tiene corta vida. No se escoge ser estilista. Se es o no se es", dice Chiara, que estudió en el Studio Berçot en 1997. Allí, el curso que da la especialista llega a valer 8.000 euros y dura dos años. "La selección es muy dura. Madame es realista. No anima a quien no tiene talento."

El grupo que asiste a la conferencia en el centro comercial Iguatemi llega a 300 personas. Es gente "in", como Patricia Gasparian, nuera de Carlos Jereissati, presidente del centro comercial. "Ay, estoy muerta de sueño", dice, al acabar la conferencia. "Adoro ir a cursos. Lo encuentro súuuuperinteresante. Ya he ido a cursos de business, arquitectura, psicología...", dice. "En realidad, mi mente está sieeeempre trabajando."

Otra asistente a la conferencia, Carla Barros, se prepara para abrir una tienda en el centro comercial. "Estoy aprendiendo a ver tendencias para mi tienda, totalmente de lujo", dice. "Pero estoy de acuerdo con Madame: es posible entrar en C&A y salir bien vestido." ¿Y ella qué lleva puesto? "Tejanos Daslu, bolso Balenciaga y una camisa de una marca cualquiera. La etiqueta no importa, o sea." Dentro de la sala de conferencias, Madame Rucki repite: "La moda no es para gente rica. No lo es. Es para quien sabe inventar personajes. Estoy harta de moda, de quien hace cualquier cosa y dice que es moda. Espero que alguien me sorprenda".