Tuesday, June 26, 2007

no maR


Ramon Cardús

(Clique na foto para ampliá-la.)


Palíndromo: No mar, Ramon.

(Que bom se a vida fosse uma praia...)

Tuesday, June 19, 2007

Chiste

¿Saben aquel de la actriz joven y guapa,
latina o norteamericana,
que triunfa en Hollywood y dice
que nadie le ha regalado nada?

Saturday, June 16, 2007

De sorrisos e peitos

Hoje, às 10 da manhã, levei minha vó ao médico.

Ao sair do portal, de braços dados, indo pegar o táxi, falei, só por falar: "Ai, ai". E então perguntei:

-Tu saps què diu la Gabriela?
(-Tu sabe o que a Gabriela diz?)

E aí minha vó, que estava olhando pro chão, dando seus passinhos miúdos, levantou a cabeça e olhou de repente pra mim, com os olhos iluminados e um sorriso e muito expectante:

-Què diu?
(-O que?)

(Depois eu pensei que minha vó estava me olhando com o mesmo olhar que eu, lá no hospital, segundo meu pai, dirigia àquela menina que aparecia no quarto e que minha memória não sabia bem onde alocar. Meu pai dizia que então minha cara se iluminava e eu ficava com um sorriso...)

E eu falei:

-Ella diu: "Ai, ai!".
(-Ela diz: "Ai, ai!".)

E ela:

-Ah sí?
(-Ah é?)

E continuamos a caminhar.

(Esse "ai, ai" em tom entre condescendente e divertido, que pode significar várias coisas, tem história. Durante um tempo, achei que fosse propriedade da Gabriela. Depois, ouvi outras meninas usar essa exclamação. Até que, há pouco tempo, a li num romance cuja história se passa no Rio Grande do Sul do século XIX. Ou seja, deve ser coisa gaúcha. Mas não posso mais estar seguro. Qualquer dia vou ouvir um nordestino falando "ai, ai".)

Achei muito legal que minha vó ficasse feliz só de ouvir o nome da Gabriela.

Lá no médico, vi os peitos da minha vó, porque ela quis que eu ficasse com ela. Falou: "Tu já viu tudo!". E é verdade, eu mais de uma vez entrei no seu quarto estando ela pelada (sem avisar e sem ela se importar com isso).

E os peitos dela ainda são lindos. Já sabia isso, porque minha irmã sempre fala isso, mas hoje eu posso dizê-lo com maior certeza: aos 87 anos, os peitos da minha vovó são lindos! Fiquei alegre com isso, sei lá por que.

(Na verdade, eu sei. É porque ela ganhou uma batalha ao tempo. Ela perdeu outras, claro.)

Friday, June 15, 2007

Traduccions de Brasil 28 (O Segundo Sol, de Nando Reis)



Cuando llegue el segundo sol
Para realinear las órbitas de los planetas
Derribando con asombro ejemplar
Lo que los astrónomos dirían que se trata de
Otro cometa

No digo que no me sorprendió
Antes de verlo, lo dijiste y yo no te pude creer
Pero puedes estar segura
De que tu teléfono va a tocar
En tu nueva casa que ahora abriga la banda sonora
Incluida en esta mi reconversión

Yo sólo te quería contar
Que salí ahí afuera y vi dos soles en un día
Y la vida que ardía
Sin explicación
Explicación
No tiene explicación
Explicación
No tiene explicación
No tiene, no tiene explicación
Explicación
No tiene explicación
No tiene explicación

Monday, June 11, 2007

Metáfora: Ser rico é poder marcar gols com as mãos

Post para os amigos do Brasil.

Na foto dá pra ver como marca os gols o F.C. Barcelona.

(Gabriela: acho que não vou usar mais a camiseta da seleção argentina. O Brasil "joga bonito", a Argentina "joga manual".)

Quero lhes contar uma noite de futebol estranha e engraçada e, no final, justa.

O meu Espanhol começou marcando no campo do F.C. Barcelona. Gol de Tamudo ("O Rei", como diz meu irmão Oriol; enfim, depois do Pelé né? :), que com esse gol se convertia no máximo goleador da história do clube.

Depois o Messi empatou desse jeito tão honesto da foto. Os jogadores do Espanhol ficaram indignados, quase queriam parar de jogar. "Qué vergüenza, qué vergüenza", dava pra ler nos lábios deles.

O Messi, no segundo tempo, marcou de novo. Dessa vez, um gol, vamos dizer, mais ortodoxo. Esse resultado dava o título do campeonato espanhol, que acaba na próxima semana, ao F. C. Barcelona.

Mas... apareceu de novo o nosso rei, Tamudo, empatando o jogo no minuto 89. 90.000 pessoas ficaram todas em silêncio. Porque desse jeito o campeonato, se não acontecer nada estranho na última rodada, vai ser para o Real Madrid, que tem um jogo fácil em casa.

Não que eu prefira o Real Madrid ao Barcelona. Simplesmente, é muito bom ganhar (ou quase) do máximo rival da cidade. No caso dos torcedores do Espanhol, ainda mais quando ele é tão podero$o como o F. C. Barcelona. Tanto que até pode marcar gols com as mãos.

(Se eu morasse em Madri, torceria pelo Atlético, porque sempre tive simpatia pelo mais fraco.)

Foi engraçada, também, a resposta do Tamudo a uma entrevistadora depois do jogo. Ela lhe deu os parabéns por ter marcado 112 gols com o Espanhol, e falou que só lhe faltava marcar um com a mão. E ele falou: sim, esse eu ainda não marquei não, mas se o tivesse marcado, teria sido invalidado.

Isso, para mim, é ter consciência da diferencia entre ser rico e ser pobre.

Não como eu, que sou um ingênuo e fico pensando: como um jogador pode marcar um gol desses e ter a cara-de-pau de comemorá-lo e não dizer que foi ilegal!

E outra: segundo a imprensa e a opinião geral, um gol assim não é coisa de tramposo, é coisa de experto. Que sociedade é essa? Quais são os valores do pessoal?

Este não é um post só sobre futebol.

Sunday, June 10, 2007

Tiredness


Ramon Cardús


I'm tired of working. I wanna have...

Saturday, June 09, 2007

Joventut de Badalona (Make an Assist)



I'm proud of my basketball team.

(Mmmm... Now that I see it, this post has nothing to do with Brazil. Well, we've got a good Brazilian player in the team: Marcelinho Huertas, paulistano, "eleito o melhor jogador do Sul-Americano conquistado pelo Brasil em 2006".)

(Quem fala é o armador Elmer Bennett, dos Estados Unidos.)

Wednesday, June 06, 2007

Weariness


Ramon Cardús


I'm tired of reading everyday the same old things in the newspapers.

Tuesday, June 05, 2007

Half Nelson

Ontem aconteceu uma dessas pequenas coisas boas. Fui no cinema com uns amigos. Chegamos lá e não tinha o filme que a gente queria ver. Tinha uns quinze, mas nenhum que a gente tivesse vontade de ver. Tinha filmes dos que a gente não sabia nada, e depois essas merdas (Spiderman 3, Piratas 3...; me desculpe quem goste, mas nem sequer os atores querem repetir essas experiências...). Todo o cartaz está uma merda nestes meses post-fevereiro, é sempre assim (meu irmão Oriol diria que "o cinema", em geral, está uma merda). Então a gente estava lá na bilheteria, na frente, com uma filona atrás de nós, sem saber o que fazer. E foi aí que o Arlo pegou as rédeas e escolheu ao acaso Half Nelson. Tudo bem. Pensei, no mínimo vamos melhorar nosso inglês. E foi bom também porque o filme começava mais tarde e assim eu podia jantar. Meus amigos já tinham comido, mas eu tinha ficado em casa vendo um jogo de basquete e ido direto ao cinema. Comi um sanduíche de sobrasada (não existe isso no Brasil, é coisa de Mallorca), e eles, queridos, me acompanharam comendo umas rações de batatas fritas. A gente conversou sobre viagens (vontade de viajar), amigos não presentes (Àlex, Cristina, Joan...), etc. E fomos ver o filme. Que não foi ruim, mas muito bom. O protagonista é um professor que dá aula de história a uma turma de (pre)adolescentes negros. E a protagonista é sua aluna preferida (e talvez mais inteligente), Drey. Ele, Dan, branco e magrelo, também é o treinador do time de basquete das meninas. E é viciado em crack. E tudo acontece numa periferia pobre duma grande cidade (agora sei que é Brooklyn, New York, mas podia ser qualquer outra urbe). Dan ensina à turma "dialectics", o processo mediante o qual os grandes câmbios teriam se produzido ao longo da Historia (marxismo, né?). Seria tudo um jogo de puxar, tirar, ceder, apertar... (Não é assim também, penso eu, nas relações humanas? Não tem post neste blog, parece ser, sem Renato Russo, e ele escreveu: "Estamos medindo forças desiguais / Qualquer um pode ver / Que só terminou pra você".) Dan, sempre muito dedicado a seus alunos, pede para eles fazerem atenção aos câmbios relativos aos chamados civil rights. Àqueles que, em algum momento da história dos Estados Unidos, favoreceram aos negros, aos homossexuais, ás mulheres. Mas... a história acontece num gueto, e esses câmbios são pouco perceptíveis. Dan é um homem solitário e viciado em drogas, como já falei. A escola, uma bagunça. Os alunos, todos pobres. O irmão da Drey está encarcerado por causa dum traficante "amigo"; a mãe trabalha como enfermeira 16 horas por dia; o pai... cadê o pai? O filme conta a história da amizade entre esses dois, menina e professor; uma amizade cheia de silêncios (que, engraçado, acho que chega ao ponto máximo quando ela, de fora do carro, chama ele de "asshole", e ele, de dentro, chama ela de "bitch"), em que a menina acaba sendo quem presta a ajuda maior. E conta, também, como o negro continua sendo discriminado. Os negros continuam sendo discriminados tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Ah!, mas tem esse Barak Obama running for President!, alguém dirá. Ao que o Chris Rock poderá responder (num de seus hilários e revoltados monólogos): BULLSHIT. E ao que a Oprah dirá... (mas vamos deixar a Oprah em paz, não gosto dela; aliás, ela é objeto de algumas piadinhas no filme...). A igualdade fica longe. Mas, o que eu gostei do filme, além dela e ele serem pessoas boas, queridas, e a paisagem, extranhamente, bonita (é lindo ver a menina andar de bicicleta pelas ruas do seu bairro), é que as personagens lutam. Não é como nesses filmes tipo American Beauty em que brancos de classe média vivem infelizes em subúrbios sem saber o que fazer. Não. Aqui a pobreza é maior, mas as pessoas lutam. Mesmo estando sós, mesmo não tendo perspectivas de futuro ou sendo viciadas em crack. Ao sair do cinema ganhei uma guloseima da Anna, e ao chegar em casa vi que o site de críticas Rotten Tomatoes dava ao filme um 91% fresh.

Monday, June 04, 2007

Traduccions de Brasil 27 (Contato imediato, de A. Antunes)



Aquest és un videoclip que m'ha enviat avui la meva amiga Rose. La Rose comenta el següent: "O Arnaldo fica dançando daquele jeitinho básico dele (feito um louquinho livre, soltando a criança que ele nunca aprisionou) hehehehe...". Sempre que veig l'Arnaldo Antunes recordo el concert de l'últim dia de Carnaval, a Salvador. Ell només era un dels convidats, però la manera com ballava i anava d'una banda a l'altra de l'escenari, saltant com un nen, amb els cabells de punta i la seva camisa blanca, deixant anar els braços, va ser el que em va emocionar més (la Rose ho descriu més bé: louquinho livre, soltando a criança). Va cantar amb el Carlinhos Brown i altres i després va fer sol, més quietet, una versió de "Bésame mucho". Coincideix que vaig regalar el CD on hi ha "Contato Imediato", Qualquer, al meu germà Oriol el dia del seu aniversari, fa dues setmanes. Vaig anar a la Fnac i no trobava res de bo res de bo nou: ni novel·les, ni còmics, ni pel·lícules, ni CD. Vaig acabar comprant-li dos llibres d'art del segle XX de la Taschen, una selecció de contes en anglès feta per l'Haruki Murakami (Birthday Stories) i música brasilera: aquest nou CD de l'Arnaldo Antunes i el nou del Caetano Veloso, Cê.

A la cançó es mencionen els globus de Sant Joan. Per Sant Joan, al Brasil, és tradició fabricar globus de paper (com petits globus aerostàtics), encendre'ls i deixar-los anar volant. Jo encara no ho he vist, i sé que a alguns llocs ho estan prohibint perquè cada any es produeixen incendis. Hi ha un conte molt divertit del Rubem Fonseca, "O balão fantasma", en què dos agents de la brigada d'intel·ligència de Rio de Janeiro han de descobrir on s'està fabricant el globus (balão) més gran que s'ha fet mai que ells anomenen O Fodão (El Jodido); globus que, llançat des d'una de les faveles, temen que pugui arribar a cremar tota la floresta da Tijuca (la selva que envolta Rio).


Contacto inmediato

Pido por favor
Si alguien de lejos me escucha
Que venga aquí a buscarme
Y me lleve a pasear

En su platillo volante
Como un enorme tiovivo
Atravesando el azul del cielo
Hasta aterrizar en mi patio

Si mi pensamiento dudase
Todos mis poros dirán
Que estoy dispuesto a embarcar
Sin preocuparme y sin temer

Ven a llevarme
A un lugar
Lejos de aquí
Libre para navegar
En el espacio sideral
Porque sé que soy

Parecido a ti
Diferente a ti
Pasajero de ti
A la espera de ti

En tu globo de San Juan
Que caiga aquí en mis manos
O en una pipa de papel
Llévame más allá del cielo

Si el corazón se disparase
Al levantar los pies del suelo
La inmensidad me abrazará
Y calmará mi pulsación

Lejos de mí
Suelto en el aire
En el amor
Libre para navegar
Yendo adonde sea
En tu platillo volante

Traduccions de Brasil 26 (Giz, de R. Russo)



Y a pesar de no verte
Creo hasta que me está yendo bien
Sólo aparezco, por decir así,
Cuando conviene
Aparecer o cuando quiero.

Dibujo en toda la acera
Se acaba la tiza, hay ladrillos de construcción
Dibujo el sol que la lluvia borró

Quiero que sepas que me acuerdo
Querría hasta que me pudieras ver
Eres parte aún de lo que me hace fuerte
Y, para ser honesto,
Sólo un poco infeliz.

Pero está bien
está bien
está bien

Ahí viene ahí viene ahí viene
Otra vez:
Creo que hay alguien que me gusta

Y es de ti que no me olvidaré.

Sunday, June 03, 2007

Traduccions de Brasil 25 (Vamos fazer um filme, de R. Russo)

Encontré una foto carnet tuya y no quise creer
Que había sido hace tanto tiempo
Un ejemplo de bondad y respeto
De lo que el verdadero amor es capaz

En mi escuela no hay personajes
En mi escuela hay gente de verdad
Alguien habló del fin del mundo
El fin del mundo ya pasó
Vamos a empezar de nuevo
Uno para todos y todos para uno

El sistema es malo, pero mi grupo es legal
Vivir es jodido, morir es difícil
Verte es una necesidad
Hagamos una película

Y hoy en día, ¿cómo se dice "Te amo"?

Sin aquello de: "Estoy muy solo"
Somos mucho más que eso
Somos pingüino, somos delfín
Hombre, sirena y colibrí
León, leona y león marino
Yo necesito y quiero tu cariño, libertad y respeto
Basta de opresión
Quiero vivir mi vida en paz

Quiero un millón de amigos
Quiero hermanos y hermanas
Debe de ser obsesión mía
Pero la única manera todavía
De imaginar mi vida
Es verla como un musical de los años treinta
Y en medio de una depresión
Verte y tener belleza y fantasía

Y hoy en día, ¿cómo se dice "Te amo"?
Hagamos una película

Te amo
Te amo
Te amo

Saturday, June 02, 2007

Traduccions de Brasil 24 (Lugar nenhum, de Titãs)

(Hoy y mañana en la Sala Razzmatazz de Barcelona.)

No soy brasileño
No soy extranjero
No soy brasileño
No soy extranjero
No soy de ningún lugar
Soy de ningún lugar
No soy de São Paulo, no soy japonés
No soy carioca, no soy portugués
No soy de Brasilia, no soy de Brasil
Ninguna patria me parió
Yo no estoy allí
Yo no estoy aquí

(Oncinha pintada
Zebrinha listrada
Coelhinho peludo
Vão se fuder
Porque aqui na face da terra
Só bicho escroto é que vai ter!)

(Estas letras podrían ser de Arnaldo Antunes, ex de Titãs...)