Thursday, May 28, 2009

Contadores de histórias






Uma parte do público; Jéssica; Anna; Ariane; Cibele; Carol; André;
Celso (o professor); Tiago; alguns dos contadores, no fim do dia.


Ontem, no espaço do CELIN, na universidade, foi a jornada de contação de histórias, em que um grupo de alunos de mestrado e graduação (principalmente de Letras, mas não só) mostraram tudo o que aprenderam na Oficina de Contação de Histórias ministrada nos últimos dois meses por Celso Cisto, contador de histórias, escritor e colega de mestrado também. Eles, como a Anna escreveu no seu blog, fizeram a ponte entre as histórias e o público (nós, os tímidos). Durante os dois meses, diz a Anna, descobriram talentos que nem imaginavam que tinham, e viram como é possível tocar, emocionar as pessoas com uma coisa "tão simples, tão primitiva, tão comum" como contar uma história. "Essa turma de oficina, com certeza, se sente como se tivesse matado um 'dragão', pois o desafio foi grande (decorar, enfrentar o público, exposição, atitude, etc.). Mas o resultado foi lindo e o grupo formado segue numa sintonia e harmonia sem igual. Como diz o ditado, 'a união faz a força', e quando sentimos isso... é muito bom!" Foi um baita sucesso, especialmente para eles, profissional e pessoal. Para o público foi um prazer. E para mim foi muito emocionante, uma honra, pois a Anna escolheu contar, e contou com muito carinho, Uma canoa, um rio, com participação do Tiago no violão: eles e parte do público cantaram "A canoa virou":

A canoa virou,
Quem deixou ela virar?
Foi por causa do Alcindo
Que não soube remar.

Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar
Eu tirava o Alcindo
Lá do fundo do mar...


PS: O dia depois:


Carol, Anna e Cibeli: o trio maravilha.


PS2: Minha mãe adorou a letra de "A canoa virou". Então, para ela saber como é a melodia, vai aqui uma versão que achei no YouTube.

Tuesday, May 26, 2009

Per molts anys, Uri



Perdí veinte de 29 amistades
Por culpa de una piedra en mis manos
Me emborraché y morí 29 veces
Estoy aprendiendo a vivir sin ti
Ya que tú no me quieres más.

Pasé 29 meses en un barco
Y 29 días en prisión
Y a los 29, con la vuelta de Saturno
Decidí empezar a vivir.

Cuando tú me dejaste de amar
Aprendí a perdonar
Y a pedir perdón.

Y 29 ángeles me saludaron
Y tuve 29 amigos otra vez.

Saturday, May 23, 2009

Nossas antigas escolas


Foto de Uri.

Meu irmão Oriol levou um exemplar de meu livro (meu e da Raquel) à minha professora de literatura espanhola de segundo grau, Carme. Eu queria muito que ela o tivesse, pois foi quem, junto com os meus pais, despertou em mim o interesse pela literatura. Ele, o Uri, ficou feliz, porque além de falar com ela e com um outro professor também muito querido (professor de filosofia, marido dela), aproveitou a chance para visitar aquele que foi o nosso colégio (que, depois de mais de trinta anos, abandona o prédio da Av. Josep Tarradellas, muda-se para um novo endereço). Ele me escreveu sobre a experiência, disse que o simples cheiro do colégio lhe trouxe um monte de sensações e lembranças - todas boas - que lhe deixaram no rosto "um sorriso estúpido". Rever o Fórum (espaço central do colégio; lugar suficientemente grande para que os estudantes do mesmo ano pudéssemos nos reunir), o corredor ("passadís del silenci", era chamado, porque no corredor não se podia falar, quem era pego falando era levado para a sala de coordenação), as salas de aula, etc. significou para ele uma baita viagem ao passado - feita em um momento especial, porque, como digo, o colégio inteiro se traslada para a outra ponta da cidade; deixa de ser como foi para mim, ele e meus outros irmãos (e muitos de meus melhores amigos).

O Uri aproveitou para tirar a fotografia acima, que pediu que eu postasse no blog. É linda, e muito representativa do colégio. Essa parede é um enorme horário no qual estão representados todos os anos (seis: os alunos entram com 12 e saem com 18 anos), todos os dias da semana, todas as horas, todas as disciplinas, os tipos de classe (teórica, prática, seminário, prova), as salas de aula. Nunca uma semana é igual a outra (e isso tem um valor educativo), os alunos só sabem as aulas que têm na semana em curso (se olham o horário; também é bom não olhar). Não sabem o que têm na outra semana, e assim terça nunca é a mesma terça, quinta pode ser um dia chato, ou o melhor dia da semana...


Dois dias antes do e-mail e a foto de meu irmão Oriol - coincidência -, recebi, da minha irmã (ou seja, da África) o artigo de um jornal de Barcelona que comemora a criação de um novo parque para a cidade. Só que... esse parque foi uma vez o pátio da nossa escola de primeiro grau. O lindo e antigo prédio da foto era a escola - há dez anos deixou de ser, por perigo de desabamento, mas continua em pé. E esse espaço tão enorme era exclusivo para nós, era o nosso pátio, com figueiras e outras árvores, com chão de terra, com uma quadra de basquete e futebol, onde tínhamos aula de ginástica. Mas, como conta o artigo, talvez o mais interessante fosse o que fica (ficava: agora isso é parque também) fora da foto, às margens direita e inferior: atrás dos muros da escola havia uma pequena floresta urbana, e os alunos pulávamos a barreira para ir brincar de exploradores. A maior aventura era entrar em um túnel escuro, de uns quatro metros de diâmetro, que era ao mesmo tempo riacho e parte da rede de esgoto; nós, meninos, dávamos as mãos às meninas e íamos avançando pelas estreitas passagens laterais, cuidando de não cair na água nojenta; avançávamos até não ver mais a entrada (escuridão quase total), até o túnel se bifurcar em outros, até descobrir amplas salas onde, às vezes, vimos homens! Os primeiros preservativos que vimos na vida estavam lá, no chão dessa "floresta", assim como as primeiras seringas usadas. E tínhamos medo dos sapos e as cobras, e de velhos solitários que às vezes apareciam do nada. Agora isso é um parque municipal, e, como diz o artigo, o parque infantil (na foto, o espaço com chão de areia) mais parece um jardim de esculturas de um museu de arte moderna.

Minha irmã se indignou. Não gosta da Barcelona fashion, que, ela diz, acaba com os espaços naturais, ordena e higieniza tudo. Não gosta dos novos arquitetos, que "destroem os espaços de mistério", "fazem de Barcelona uma cidade asséptica, sem segredos"... E compara as crianças da cidade com as crianças que ela vê na Guiné Equatorial, pendurando-se nas árvores, brincando no barro e na água, jogando futebol sob a chuva, "ágeis e integradas com a natureza", "crescendo mais espertas que as crianças catalãs".

Wednesday, May 20, 2009

"Ela também lê Una barca...

... na versão gigante que saiu para o festival de Cannes (que depois do cinema vai celebrar a literatura também!)"

(Notícia e foto de Gabriela, enviada especial ao festival. ... E eu não sabia de nada! :o)


Tuesday, May 19, 2009

Si paseas una tarde por la nueva Barcelona

[De mi querido hermano Ramon (las fotos y el texto).]

Estos últimos días, mi compañero y fiel amigo Maiol y yo hemos salido a fotografiar la que para mí es y será la nueva Barcelona. Ni Fòrum, ni Diagonal Mar [Ramon: no es lo mismo?]. La zona de Gran Vía de entrada a la ciudad ha sufrido un cambio espectacular. Empezó con la Fira, luego el Hotel Evo de Sir Richard Rogers y el nuevo delta del río Llobregat; y ahora estrenamos, finalmente, la Torre del maestro Ito (para mí el mejor edificio moderno de la ciudad) y la Ciutat de la Justícia. Y eso, evidentemente, acompañado de la creación de parques y zonas verdes y nuevos equipamientos. Te envío unas fotos porque creo que el blog merece un artículo sobre este cambio. La verdad es que empezaba a estar hasta los **** de los socialistas, pero si paseas una tarde por la nueva Barcelona, se te revienta el **** de felicidad y admiración (el título del artículo, si me permites, "Si paseas una tarde por la nueva Barcelona).

Recuerda que tu ciudad te echa de menos.



Fira de Barcelona.


Hotel Congress.


Ciutat de la Justícia. (Ramon pide
disculpas por la calidad de la foto,
dice que fue tirada con el iPhone,
siempre está comprándose cosas
inútiles. Yo lo que veo es que falta
un acento en "justícia", Ramon,
díselo al alcalde.)



Torre Toyo Ito.


[... Y para contrarrestar tanta frialdad arquitectónica, una foto en otro estilo (con personas!... aunque muertas) también de Ramon.]


(Todavía no me ha contado la historia de esta foto. Me dijo que
era un trabajo sobre la Biblia, pero en la Biblia no salen pistolas.)

Thursday, May 14, 2009

Praise for Una barca, un riu

"Feia tres anys que no llegia literatura i tu m'has obert els ulls. Sí senyor! Poca lletra i gran. Per a totes les edats. Amb molts dibuixos. I que es llegeix en dos minuts... Less is more. Ara sí que em pots considerar teu! Perquè faràs que a casa meva els llibres deixin de ser paper de WC." (Ramon) (<- És el meu germà. Només llegeix llibres de fotografia.)

"No l'he entès." (Uri) (<- És el meu germà, més petit que el Ramon.)

"Estic molt orgullosa. Però parlo català una miqueta. Què és 'aixada'?" (Gabriela) (<- És la meva amiga i ex nòvia.)

"Que tonteta que estic avui, però es que m'ha fet molta il·lusió!!!" (Montse) (<- És la meva amiga.)

"Has publicat a la competència!!!" (Cristina) (<- És la meva amiga, que treballa a la competència.)

"Indubtablement la versió original és la versió original, té una musicalitat que no acaba d'aconseguir la traducció." (Rosa) (<- És la meva mare, que es pensa que domina el portuguès.)

"J'adore la mise en page et les illustrations de Raquel Marín qui non seulement accompagnent ton récit mais le met en valeur. J'aime les plans (coupés) audacieux et les textures (dont elle n'abuse pas - s'agraeix perquè estem una mica cansats del joc de les textures que es veu per tot arreu i molt poques vegades encertat, com aquí!)... et la gamme de couleurs... Mais surtout j'aime ce que transmettent (l'expression) ces images ou mieux dit le sentiment. Je pense qu'elle a aimé ton texte, qu'il a su l'inspirer et qu'elle est très fidèle à ton écriture. Quel joli livre!" (Clotilde) (<- És la meva amiga i ex editora en cap, que escriu molt i barreja francès i català.)

"Aquest nen no entén que a la gent gran se'ns obliden les coses?" (Montserrat) (<- És la meva àvia paterna, enfadada amb el protagonista del conte.)

"Bueno quan pugui me'l llegiré." (Rous) (<- És la meva germana.)

"Una historia triste y tierna." (Raquel Marín) (<- És la il·lustradora, coautora del llibre.)

"Un clàssic des del seu llançament." (El País) (<- És broma.)

"Ara ja ets un home." (Josep) (<- És el meu pare.)

Roberto Carlos (Vou ficar nu pra chamar sua atenção)

Sempre tive um preconceito negativo com relação a Roberto Carlos. Aqui é chamado de "O Rei" (há dois reis na República Federativa do Brasil: ele e o Pelé). Na Espanha é pouco conhecido (durante anos "Roberto Carlos" foi somente "o jogador do Real Madrid"). E eu sempre o relacionei com uma espécie de Julio Iglesias, que para muitos espanhóis é brega, piegas,... e até ruim. Continuo não sabendo nada de Roberto Carlos; ou quase nada: ao menos agora escutei esta canção, composta por ele e Erasmo Carlos (conheci primeiro a versão de Simone; a do vídeo é de Andreia Dias). E gostei. Vou ver se escuto mais músicas dele, cantadas por ele mesmo. Não posso não conhecer O Rei.



(La traducción es literal.)

Todas las veces que pasas y ni me ves
Pienso en lo que haría para tenerte
Para tenerte de cualquier forma
De cualquier modo, cualquier manera
No te imaginas lo infeliz que soy
No puedo guardarme los versos que hice
Para contarte mi amor
También fui yo quien te mandó aquella flor
Vivo haciendo millones de cosas
Cualquier locura para tenerte
Y los días pasan corriendo, voy a acabar perdiéndote
Necesito descubrir un modo
De llamar tu atención
Te di mi mejor sonrisa, no lo viste
Grité tu nombre, ni así me oíste
Por más que haga no sirve de nada
Tú ni notas mi existencia
Y los días pasan corriendo y de esperar voy muriendo
Voy a acabar desnudándome para llamar tu atención
Voy a acabar desnudándome para llamar tu atención
Voy a acabar desnudándome para llamar tu atención...

Wednesday, May 13, 2009

Depois que a onda...

Depois que a onda
Lambe a areia
E se retira
Cada grão - cada grãozinho
Separadamente
- ocre, amarelo
branco, preto, gris, vermelho -
Vira star.

Saturday, May 09, 2009

Gabriela...

... leyendo una EDICIÓN LIMITADA de Una barca, un riu. ("Parles català?":)


No e-mail com as fotos ela escreveu:
"Segue em anexo todo o meu orgulho".

Thursday, May 07, 2009

Una ilustración de Raquel Marín...

... que me encanta y no está en nuestro libro.

Traduções ao português 7 ("Eungenio" Salvador Dalí, de Mecano)

E lembrar de uma música de Mecano (unido a isso, agora, o sistema de vínculos de YouTube) sempre leva a lembrar de outra. (Foi assim em 90 e tantos, uma noite em que Laia e eu lembramos de uma, e depois não paramos de cantar uma atrás da outra, de noite em plena rua - e nem sabíamos que ia ter um revival oficial, com lançamento de novo CD.) Esta não estava entre as minhas preferidas, mas agora, ao escutá-la de novo, a achei linda, e adorei a letra, escrita por J. M. Cano quando Dalí estava morrendo (J. M. Cano, ao menos na época de Mecano, era um poeta - com direito a quebrar regras). Vou traduzi-la porque, tirando os primeiros versos, a rima em português é quase automática. No vídeo, hermoso, de autor anônimo, há algumas fotos, quadros e imagens pouco conhecidas. Dedicado ao Jonas, que gosta muito de Dalí (e de Cadaqués).



Dalí se desdibuja
Tirita sua burbuja
Ao descontar batidas
Dalí se descolora
Porque esta lavadora
Não distingue tecidos
Ele se dá conta
E assustado se lamenta
Os gênios não devem morrer
São mais de oitenta
Os que curvam tua ossamenta
"Eumgênio" Salvador Dalí

Bigode rocococo
De onde acaba o gênio
A onde começa o louco
Mirada deslumbrada
De onde acaba o louco
A onde começa a fada
Em tua cabeça se comprime a beleza
Como se fosse uma olla express
E é o vapor que vai saindo pela pesa
Mágica luz em Cadaqués

Se te reencarnas em coisa
Faça-o em lápis ou em pincel
E Gala de pele sedosa
Que o faça em tela ou em papel
Se te reencarnas em carne
Volta a reencarnar-te em ti
Que não nos sobram os gênios
"Eumgênio" Salvador Dalí

Realista e surrealista
Com luz de impressionista
E traço impressionante
Delírio colorista
Colírio e oculista
De olhos delirantes
Em tua paleta juntas místicos ascetas
Com baionetas e com tetas
E em tua cabeça Gala, Deus e as pesetas
Bom catalão anacoreta

Se te reencarnas em coisa
Faça-o em lápis ou em pincel
E Gala de pele sedosa
Que o faça em tela ou em papel
Se te reencarnas em carne
Volta a reencarnar-te em ti
Queremos gênios em vida
Queremos que estejas aqui
"Eumgênio" Salvador Dalí

Tuesday, May 05, 2009

Ara ja només em falta tenir un fill!

I ara sí! El llibre Una barca, un riu ja és a les llibreries! N'han fet una tirada de 3.000 exemplars i l'editor diu que "fa goig"! Aquest post és per anunciar-ho als amics de Barcelona, que el poden comprar. I el meu germà Ramon dirà: ara sí, eh, cabró, ara escrius en català!, doncs que te'l compri ta mare! Sé que les germanes Huguet el compraran perquè fa temps que l'esperen. I perquè les Huguet són les Huguet, què carai! Les millors tres germanes que conec, que sempre em fan sentir com a casa quan torno a Barcelona. I la Cristina i el Joan, i la Eli, i el Pepe. Fa tant temps que no parlo amb l'Àlex i l'Arlo, i el Carles, la Laia, la Cous... (si no esteu enfadats, és per vosaltres també). I em deixo molta gent, com la Cristinaaaa! Enviaré aquest post per e-mail, perquè els amics de Barcelona entreu poc al blog (hi entren més els brasilers, i aquest és un dels motius, Ramon, estimat, pels quals escric en portuguès, perquè aquí el català (i el japonès, i l'aranès, i el gallec, i l'occità) només el parla el Yuji).

El Josep Pasqual, de Cruïlla, que és l'editor, ha fet una traducció molt bona, que em va deixar molt feliç quan la vaig llegir.

I la Raquel Marín ha fet unes il·lustracions increíbles, xulíssimes, quan les vaig veure em vaig emocionar.

Petons!


"No estic segur que els nens de 7 anys
entenguin aquest llibre. Com a prova,
aquí tens un lector una mica més granadet
fent esforços per comprendre sa lectura."
(Uri)

Vantagens de morar num apart-hotel relativamente caro 2

Depois de ganhar, o ano passado, um armário novo do tamanho de um jogador da NBA (Vantagens de morar num apart-hotel relativamente caro 1), e depois de escrever, ontem à noite, que eu não tenho paciência para televisão (mas de tê-la usado bastante, também: ontem, só ontem), não é que hoje de manhã vou para a faculdade deixando aqui uma TV do tamanho do meu laptop, e, às 12:00 da noite, na volta de uma reunião, me encontro com este monstro? Pensei que estava no apê errado! Vejam o tamanho da capa do DVD! O que é que eu vou fazer? Jantar no banheiro? Se eu fico no sofá vou estragar a visão! E eu nem tenho DVD! E eu vejo TV no laptop! Iiiiiiiiiihhh!




PS nada a ver: Escreve o Macaco Simão, hoje no jornal: "É que em Saudade, Santa Catarina, tem uma boate na rua do cemitério que se chama Esqueleto Dance! É verdade! Mais direto, impossível! Viva o Brasil!". E como diria Mecano: No es serio este cementerio! ("Y los muertos aquí lo pasamos muy bien / entre flores de colores / y los viernes y tal / si en la fosa no hay plan / nos vestimos y salimos / para dar una vuelta / uo oh oh.")

Monday, May 04, 2009

Sexo e Ney

Não tenho paciência para televisão, mas, hoje, também não tive paciência para a solidão, então assisti a uma entrevista com uma médica, psiquiatra e sexóloga: Carmita Abdo (não tenho nenhuma idéia formada sobre essa médica, nunca a tinha visto, nem ouvi falar, mas gostei de algumas coisas que ela disse, a partir de uma pesquisa).

- No Brasil, o homem procura uma parceira sexual; a mulher, um parceiro para a vida [generalizar não é bom, mas há alguma verdade nisso].

- Os mineiros [Fernanda Takai?] fazem mais sexo do que os cariocas [os gaúchos do meu prédio fazem muito sexo também]; menos praia, menos academia, menos culto ao corpo...: mais sexo!

- Sexo não é bonito; aquele momento, plasticamente, deixa muito a desejar [já tinha ouvido isso].

- No meio universitário brasileiro se fala pouco em sexo [a médica se refere às aulas, acho; no bar, se fala muito - se bem que, é verdade, quase sempre em tom de brincadeira].

- O paulistano é o mais insatisfeito com respeito ao sexo: pelo estresse, prioridade dada ao trabalho, etc. [Acredito que deve ser igual em Nova York.]

- As gaúchas são as brasileiras que mais têm orgasmos; são mulheres muito resolvidas [eu estava certo com isso do meu prédio!].

- Não existe andropausa. [Que bom!]

- É necessário identificar quando se precisa de afeto, e procurá-lo; identificar quando se precisa de sexo, e procurá-lo; quando se precisa de afeto e de sexo, e não abrir mão.

- As mulheres têm a necessidade de afeto e a necessidade de sexo meio confusas na cabeça [bom ouvir falar que as confusas são elas, e não eles, para variar] e os homens não devem abusar dessa fragilidade.


Depois, o grande Ney Matogrosso, no "Irritando Fernanda Young" (podia ter falado em sexo, mas não falou), disse (e também gostei):

- Eu vivia à margem da sociedade por opção. Solto. Tinha tudo em uma mala.

- Depois veio o sucesso com a banda e eu fiquei no centro da sociedade, gerando dinheiro para o sistema.

- Agora eu tenho um apartamento, uma geladeira, uma frigideira...

Saturday, May 02, 2009

Meu primeiro livro...

Meu primeiro livro como autor está quase saindo! Daqui a uma semana estará nas livrarias. Mas o que mais me deixa feliz e me orgulha é ver isto aqui: a faixa etária dos leitores que o editor decidiu: de 7 a 99! Isso para mim é um grande elogio, e resolve o problema colocado por meus irmãos: "Está ótimo, mas criança não vai entender um caralho!" Hahaha! (Conste que eu sempre achei que criança ia entender!)

Friday, May 01, 2009

Traduccions de Brasil 57 (A companheira, de Luiz Tatit)

Yo iba saliendo
Ella estaba ahí
En el portal de enfrente
Iba hacia el bar
Ella quiso ir junto
Está bien, dije yo
Ella se puso
Super contenta
Hablaba bastante
Lo que no faltaba era asunto
Siempre a mi lado
No se apartaba un segundo
Una compañera
Que iba a fondo
Donde yo iba
Ella iba
Donde yo miraba
Ella estaba
Cuando yo reía
Ella reía
No fallaba
Al día siguiente
Ella estaba ahí
En el portal de enfrente
Iba a trabajar
Ella quiso ir junto
Avisé que allí
El personal era muy exigente
Ella no se inmutó
"Lo que yo no sepa
lo pregunto"
Y me dio al momento
Otro argumento profundo
Iría conmigo hasta el fin del mundo
Me esperaba
En el portal
Me encontraba
Daba la mano
Me enfadaba
Sí o no?
No.

De repente la vida ganó sentido
Compañera así nunca había tenido
Lo que se tiene siempre es una cosa extraña
Es compañera que no acompaña.

Eso para mí es la felicidad
Encontrar a alguien así en la ciudad
Como una letra para la melodía
Quédate a mi lado, hazme compañía.

Pensaba en eso
Cuando ella ahí
En el portal de enfrente
Me vio pensando
Quiso pensar junto
Pensar es un acto tan
Particular del individuo
Y ella, al momento:
"Particular, eh? Lo dudo"
Y como de hecho
Yo no tenía mucha certeza
Le di cuerda
Sentí firmeza
Yo pensaba
Hasta un punto
Ella entraba
Sin hacer ruido
Yo hacía
El contrapunto
Y punto.

Pensar así se convirtió en un arte
Una canción hecha en compañía
Primera parte, segunda parte
Vuelta al estribillo, fin de la teoría.

Pensamos mucho toda la tarde
Yo comenzaba, ella proseguía
Llegamos incluso, modestia aparte
A una pequeña filosofía.

Fue esa noche
Que estando ahí
En el portal de enfrente
Me puse triste
Ella se puso junto
Y la melancolía fue
Adueñándose de repente
Desintegrados
Éramos nada en conjunto
Quien nos miraba sólo veía
Dos vagabundos
Andando así medio
Moribundos
Yo caía
En una esquina
Ella caía
Encima
Un desdichado
Y una dama
Dos sin nada.

Mas duró poco
Sólo una noche
Y felizmente
Me curé pronto
Ella se curó junto
Y la euforia
Nos fue devuelta de repente
Sentíamos tener toda
La felicidad del mundo
Miraba la ciudad
Y me parecía la cosa más linda
Y a ella le parecía
Aún más linda
Yo hacía una poesía
Ella leía, declamaba
Cualquier cosa que escribía
Le encantaba.

Eso también duró sólo un día
Llegó la noche, acabó la alegría
Volvió la fría realidad
Aquella cosa por la mitad.

Pero nunca la mitad fue tan entera
Una medida que se supera
Mitad de ella era compañera
La otra mitad, era yo que era.

Nunca la mitad fue tan entera
Una medida que se supera
Mitad de ella era compañera
La otra mitad, era yo que era.



Luiz Tatit