Ontem meu projeto para dar uma oficina de escrita criativa na PUC (que eu nem sequer pedi, me foi proposto) foi vetado pela senhora professora doutora Maria Eunice Moreira, diretora da Faculdade de Letras; isto apesar dos esforços do Assis Brasil, amigo e orientador, e da Ana Mello, coordenadora da Fale, que me contou tudo, e mais, com lágrimas nos olhos.*
*Esqueci de deixar registro do cinismo ou desvergonha da diretora, cujo argumento foi: "Nesse horário essa sala está ocupada". A Ana Mello já pediu esse argumento por escrito.
Mais ou menos foi isso o que eu escrevi em mensagens ao Sérgio e à Marinella, que acompanharam o processo. Eles são dois dos meus melhores amigos aqui (se não os melhores, sem dúvida os mais presentes), e logo se disponibilizaram para falar comigo hoje. O Assis quer falar comigo também. Então, os outros amigos e pessoas queridas que leem este blog que não se preocupem, estou muito bem assistido. Também, o dano que a senhora Maria Eunice pode ter me causado (a mim, euzinho) é relativo, nada em comparação com o que já causou a pessoas importantes - essa mulher não para.
...
Hoje de manhã a Mara, querida, funcionária no hostel, me disse:
-Vou sentir saudade.
-Eu também.
-Tu é legal.
-Tu também.
-Tu é uma pessoa boa.
-É.
Lembrei-me, então, de uma coisa que a Ana Mello me disse ontem: "As pessoas são más, aqui dentro e em todo lugar, Roger". Ela me pediu para não desistir, mas eu estou cansado. (Parece que ontem mesmo, com o veto já decidido antes da reunião, o Assis repetiu à Ana Mello que eu era "um escritor brilhante" e por isso devia fazer o doutorado em Escrita. Não sei o que eu sou. Só não quero ser burro.)
Este blog vai continuar, com outro nome, virando talvez uma espécie de crônica da crise ou quebra da Europa, ou vai ficar por aqui (não sei).
E das pessoas mais queridas já vou me despedir como eu desejo e elas merecem.
PS: Meus amigos, como sempre, dificultam a decisão de me mandar de vez para Barcelona. :( :) (: