Depois de uns dias dedicados à família e a terminar um trabalho atrasado, hoje estive livre para sair à cidade fazer algumas tarefas. Peguei o carro, porque o trânsito em julho está tranqüilo, e fui a uma das duas editoras com as que às vezes colaboro. A editora assistente que eu conheço, muito querida, estava doente, e fui atendido pela secretária. Atendido entre aspas, pois só me dedicou dois minutos. E a mulher ainda estava com cara de poucos amigos, séria... Pensei que talvez estivesse chateada por não estar já de férias, na praia. Deixei uns documentos lá, e fui embora. Vinte minutos depois, em uma livraria onde fui encomendar uns livros que uma professora me pediu, a mesma coisa: mulher séria, na beira do antipático. Pensei que talvez houvesse alguma coisa de errado comigo, na minha cara. Encomendei os livros, e fui embora. Desisti de ir comprar uma camisa, não queria gastar cem euros e ainda ter de levar mais um olhar desses. E então, indo para o estacionamento, me dei conta, caiu a ficha, como se diz: Tchê, estou em Barcelona, Europa! (Ainda bem que não é Paris, mas mesmo assim!) Não dá para falar em melhor ou pior, não seria justo. Mas lembrei-me do sorriso da moça que me vende os pacotes de massa na lojinha da rua Vasco Alves, dos vendedores e vendedoras atenciosos das livrarias de Porto Alegre, das mulheres que servem café, no Centro ou na faculdade, que sempre têm alguma coisa a me dizer, aquele comentário, aquele
human touch. Por não falar dos soteropolitanos, a turma do albergue Laranjeiras, os taxistas, que teve um que até cantou para mim... Enfim, isto aqui é isto aqui, e aquilo lá é aquilo lá. Só vou ter que me lembrar de anotar esses sorrisos na lista das coisas que eu gosto do Brasil.