1.
Diálogo entre un profesor de creación literaria y un alumno, ambos de unos 50 años.
ALUMNO:
- Y en cuanto a la voz narrativa...?
PROFESOR:
- Yo no creo en la voz narrativa.
(Me quedé perplejo. Recordé a ese tipo de Reservoir Dogs que no creía en las propinas, "I don't believe in tipping".)
2. Una chica, hablando al teléfono con una amiga, sobre su profesor.
CHICA:
- Aquest home és un atemptat contra la pedagogia, un criminal emotiu.
3. Una mujer, alumna de creación literaria, hablando con sus colegas sobre El gran Gatsby.
MUJER:
- Yo sí que me lo leí. No está mal. Hombre, es un culebroncete.
(Me quedé estupefacto, tuve que girarme para ver quien hablaba. Para los amigos de Brasil: "culebroncete", em português, seria algo assim como "novela de TV"; pior, novelinha, novela não muito boa.)
4. Esta última no fue oída en el Ateneu. La leí en El País y da una idea del estado de la literatura catalana actual. La profiere un autor principiante (un niño, casi, nacido en 1982) llamado Albert Forns, que ganó el Premio Documenta con Albert Serra (la novel·la, no el cineasta). El chico dice, en la propia novela (es decir, queda para la posteridad), lo siguiente sobre David Foster Wallace.
ALBERT FORNS:
- En vaig tenir prou de fullejar un parell de llibres seus per veure de quin peu calça, com escriu, què ha aportat a la literatura postmoderna i tot plegat.
(No comment.)
A Dublin a Porto Alegre
Here you'll find comments and stories about my stay in Brazil; translations of Brazilian songs, poems, short stories and pieces of news; photographs. Also, some film and book reviews. In Spanish, Catalan, Portuguese and English.
Sunday, June 02, 2013
Friday, April 05, 2013
Postals d'una Setmana Santa a la Costa Brava*
* En meravellosa companyia.
Al port de Blanes.
Des del camí de ronda de S'Agaró.
Platja de Sa Conca, vista des de la banda del port de Platja d'Aro.
Calamarsada (granizo) a Calella de Palafrugell.
A la Bisbal d'Empordà.
Al Cafè d'Ito, S'Agaró.
Jo.
Fira Medieval a Calonge.
PS: I de tornada a Barcelona, l'Ana amb la mona de Pasqua.
Al port de Blanes.
Des del camí de ronda de S'Agaró.
Platja de Sa Conca, vista des de S'Agaró Vell.
Platja de Sa Conca, vista des de la banda del port de Platja d'Aro.
Calamarsada (granizo) a Calella de Palafrugell.
A la Bisbal d'Empordà.
Al Cafè d'Ito, S'Agaró.
Jo.
Porta Ferrada, Sant Feliu de Guíxols.
Fira Medieval a Calonge.
PS: I de tornada a Barcelona, l'Ana amb la mona de Pasqua.
Thursday, January 31, 2013
Suzanne
Today I understood the meaning of this song. It came to me as a sort of revelation, after a brief conversation with a woman, on the phone. We didn't talk about it and I hadn't heard the song for a long time. But I remembered and understood. Afterwards, while actually listening to the song, with on screen lyrics, I found that my memory of it, as a whole, was not distorted, and this gave me a feeling of joy. Because what is said in the song is of importance and because it deals with something I've been struggling with for a while in my life. (There is a time for every thing, the Scriptures say.)
Monday, December 03, 2012
América del Sur (Reminder: Volver)
Postei este vídeo de Vincent Urban no FB. Mas quero deixá-lo aqui para não perdê-lo. Nem perder o comentário que o Giovanni fez. Nem esquecer.
Nem esquecer de voltar, quero dizer. Esquecer, como? Eu fiz uma parte dessa viagem, com a Gabriela, em 2005, há quase oito anos. Mas quero mais.
Eu comentei: "Esto es 'solo' el telón de fondo. Faltan imágenes de la flora y la fauna más diversas del planeta; de las grandes ciudades y de la herencia precolombina. Y, sobre todo, de sus gentes, la mayor riqueza de América del Sur".
O Giovanni, amigo boliviano, de La Paz, comentou: "Soy feliz de haber nacido en este continente vasto, lleno de colores, historias y leyendas heredadas de un pasado casi místico. Con gente generosa y que se esfuerza cada día para construir un futuro promisorio. Sus selvas son mi música, sus desiertos mi paz, las estrellas me traen mis sueños y su gente es mi corazón. Viva mi América".
Nem esquecer de voltar, quero dizer. Esquecer, como? Eu fiz uma parte dessa viagem, com a Gabriela, em 2005, há quase oito anos. Mas quero mais.
Eu comentei: "Esto es 'solo' el telón de fondo. Faltan imágenes de la flora y la fauna más diversas del planeta; de las grandes ciudades y de la herencia precolombina. Y, sobre todo, de sus gentes, la mayor riqueza de América del Sur".
O Giovanni, amigo boliviano, de La Paz, comentou: "Soy feliz de haber nacido en este continente vasto, lleno de colores, historias y leyendas heredadas de un pasado casi místico. Con gente generosa y que se esfuerza cada día para construir un futuro promisorio. Sus selvas son mi música, sus desiertos mi paz, las estrellas me traen mis sueños y su gente es mi corazón. Viva mi América".
Saturday, December 01, 2012
Os pulmões de aço de Nêmesis
Este post é em especial para o Leo Wittgenstein Wittmann e para o Sérgio Berenguer Lulkin III. O Leo insistiu para que eu lesse Nêmesis e foi quem há pouco me disse que Philip Roth parou de escrever – Nêmesis é, portanto, o seu último romance; o Sérgio também leu o livro e com ele tentamos adivinhar o que era o "pulmão de aço", tão citado, mas nunca descrito, pelo narrador (quem é? ;).
A história que conta o livro que não comprei, Pulmão de aço, de Eliana Zagui, também é terrível. Sinopse (copio do site da Cultura): "Eliana chegou ao Hospital das Clínicas de São Paulo aos dois [!] anos de idade, em 1976, com poliomielite, paralisada do pescoço aos pés e quase incapaz de respirar. Foi colocada no pulmão de aço, máquina usada para recuperar o aparelho respiratório, mas não apresentou evolução significativa. Os médicos avisaram aos pais da menina que ela teria pouco tempo de vida. Eliana ainda vive no hospital [36 anos depois!]. Em Pulmão de Aço ela conta como fez para sobreviver aos prognósticos e se tornar uma artista que pinta quadros com a boca". Na capa do livro, também o espelho, para mim apavorante.
Nêmesis se passa num verão dos anos 40 em que a cidade de Newark – e todo o estado de Nova Jersey, e outros estados – é assolada por uma epidemia de poliomielite. A personagem principal é Bucky Cantor, jovem professor de educação física. Ele é quem cuida dos garotos que jogam beisebol no pátio de uma escola, durante as férias. Vários desses garotos pegam a doença e são levados para hospitais, onde alguns morrem. Sobre os que vão para o hospital, os garotos do pátio não sabem nada com certeza. Somente que podem estar com o corpo meio ou totalmente paralisado ou serem colocados dentro de algo chamado "pulmão de aço". Esse "pulmão de aço" indefinido é o que os garotos mais temem, mais até do que ter o corpo imobilizado ou morrer. (Há outro fator angustiante no romance, outra indefinição: ninguém sabe, e o narrador não chega a contar, como a doença se transmite.)
Não sei se o Leo pesquisou o que era um pulmão de aço. O Sérgio e eu falamos sobre isso, mas não chegamos a saber exatamente o que era, nem o procuramos. Teria sido, fácil, na internet, mas imagino que estávamos empolgados demais com a leitura como para parar e pesquisar. Há uns dias eu soube, por acaso. Entrei numa livraria e dei de cara com um livro intitulado Pulmão de aço. Vi que o livro tinha fotografias, e lá estava ele. Entendi o porquê do terror dos garotos de Bucky Cantor. Não comprei o livro, talvez o compre, mas tirei uma foto (nunca fiz isso antes):
Também tirei uma foto da legenda dessa foto, que diz: "Hospital Rancho Los Amigos Respiratory Center, o maior centro de tratamento respiratório para casos de pólio do mundo na década de 1950, próximo a Los Angeles: pulmões de aço resultaram na criação das UTIs".
Essas crianças têm todo o corpo metido nesses cilindros e, dentro deles, estão imobilizados. É aterrorizador. E me espantou, porque mais do que uma ajuda parece um tormento, ver esses espelhos inclináveis que eles têm para ver seu próprio rosto, que é tudo o que podem fazer. O horror é indescriptível, a foto diz tudo.
Mais tarde, me perguntei por que o narrador de Nêmesis nunca descreve o que é o pulmão de aço. É proposital, demonstra o talento de Roth. O Sérgio e eu ficamos a nos perguntar, inquietos, o que podia ser aquilo que tanto medo dava aos garotos. Isso é o que o autor queria. E essa ignorância nossa tinha o seu paralelo no não saber dos próprios protagonistas, os garotos ainda não infectados que brincam no pátio da escola: eles "ouviram falar", sabem "mais ou menos", "algumas pessoas dizem" que os doentes ficam dentro de um "pulmão de aço", imobilizados, talvez para sempre. Mas não sabem exatamente o que é, de que se trata, daí o terror.
A história que conta o livro que não comprei, Pulmão de aço, de Eliana Zagui, também é terrível. Sinopse (copio do site da Cultura): "Eliana chegou ao Hospital das Clínicas de São Paulo aos dois [!] anos de idade, em 1976, com poliomielite, paralisada do pescoço aos pés e quase incapaz de respirar. Foi colocada no pulmão de aço, máquina usada para recuperar o aparelho respiratório, mas não apresentou evolução significativa. Os médicos avisaram aos pais da menina que ela teria pouco tempo de vida. Eliana ainda vive no hospital [36 anos depois!]. Em Pulmão de Aço ela conta como fez para sobreviver aos prognósticos e se tornar uma artista que pinta quadros com a boca". Na capa do livro, também o espelho, para mim apavorante.
Saturday, November 24, 2012
Oficina de escrita criativa
Trecho de uma carta de Caio Fernando Abreu que acabei de ler. Está no final de Morangos mofados, na edição que eu tenho, não sei se em todas. Não li esse livro inteiro, peguei-o agora para ler o conto "Aqueles dois", que alguém disse no Facebook que era muito bom (é). A carta é dirigida a um amigo dele, jornalista.
Você quer escrever. Certo, mas você quer escrever? Ou todo mundo te cobra e você acha que tem que escrever? Sei que não é simplório assim, e tem mil coisas outras envolvidas nisso. Mas de repente você pode estar confuso porque fica todo mundo te cobrando, como é que é, e a sua obra, Cadê o romance (...)? Zézim, você só tem que escrever se isso vier de dentro pra fora, caso contrário não vai prestar, eu tenho certeza, você poderá enganar a alguns, mas não enganaria a si e, portanto, não preencheria esse oco. Não tem demônio nenhum se interpondo entre você e a máquina. O que tem é uma questão de honestidade básica. (...) Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. (...)
Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida". Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud.
É esse o tipo de criador que você quer ser? Então entregue-se e pague o preço do pato. Que, frequentemente, é muito caro. Ou você quer fazer uma coisa bem-feitinha pra ser lançada com salgadinhos e uísque suspeito numa tarde amena na Cultura, com todo mundo conhecido fazendo a maior festa? Eu acho que não. Eu conheci / conheço muita gente assim. E não dou um tostão por eles todos. A você eu amo. Raramente me engano.
Zézim, remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. (...)
Thursday, November 15, 2012
Comendo pitangas da minha janela
La educación prohibida
Divulgando. (Después escribo más. Vi este documental porque me dijeron que explicaba el llamado Súnion Disorder. En la primera media hora, que es lo que he visto de momento, no lo explica. Aunque qué sunionita no fue impactado por el mito de la caverna!)
Sinopsis: (...) Desde su origen, la institución escolar ha estado caracterizada por estructuras y prácticas que hoy se consideran mayormente obsoletas y anacrónicas. Decimos que no acompañan las necesidades del Siglo XXI. Su principal falencia se encuentra en un diseño que no considera la naturaleza del aprendizaje, la libertad de elección o la importancia que tienen el amor y los vínculos humanos en el desarrollo individual y colectivo. (...) Han surgido, a lo largo de los años, propuestas y prácticas que pensaron y piensan la educación de una forma diferente. La Educación Prohibida es una película documental que propone recuperar muchas de ellas, explorar sus ideas y visibilizar aquellas experiencias que se han atrevido a cambiar las estructuras del modelo educativo de la escuela tradicional. Más de 90 entrevistas a educadores, académicos, profesionales, autores, madres y padres; un recorrido por 8 países de Iberoamérica pasando por 45 experiencias educativas no convencionales; más de 25.000 seguidores en las redes sociales antes de su estreno y un total de 704 coproductores que participaron en su financiación colectiva, convirtieron a La Educación Prohibida en un fenómeno único. Un proyecto totalmente independiente de una magnitud inédita, que da cuenta de la necesidad latente del crecimiento y surgimiento de nuevas formas de educación.
Sinopsis: (...) Desde su origen, la institución escolar ha estado caracterizada por estructuras y prácticas que hoy se consideran mayormente obsoletas y anacrónicas. Decimos que no acompañan las necesidades del Siglo XXI. Su principal falencia se encuentra en un diseño que no considera la naturaleza del aprendizaje, la libertad de elección o la importancia que tienen el amor y los vínculos humanos en el desarrollo individual y colectivo. (...) Han surgido, a lo largo de los años, propuestas y prácticas que pensaron y piensan la educación de una forma diferente. La Educación Prohibida es una película documental que propone recuperar muchas de ellas, explorar sus ideas y visibilizar aquellas experiencias que se han atrevido a cambiar las estructuras del modelo educativo de la escuela tradicional. Más de 90 entrevistas a educadores, académicos, profesionales, autores, madres y padres; un recorrido por 8 países de Iberoamérica pasando por 45 experiencias educativas no convencionales; más de 25.000 seguidores en las redes sociales antes de su estreno y un total de 704 coproductores que participaron en su financiación colectiva, convirtieron a La Educación Prohibida en un fenómeno único. Un proyecto totalmente independiente de una magnitud inédita, que da cuenta de la necesidad latente del crecimiento y surgimiento de nuevas formas de educación.
Saturday, November 10, 2012
"Beijos meu e da Fernanda Takai". Ai!
22 de outubro (demorei em postar!). A Eliane esteve aqui em POA. Conversamos sobre muitas coisas, entre elas música, entre elas Pato Fu. Dois dias depois dela voltar para BH...
Eliane:
Presente para você! Depois te conto sobre essa história em detalhes!
Roger: ()
Ah não, ah NÃO! Isso é para dar inveja??? Tem que me contar, sim! Disse para ela que tem um fã espanhol em POA???
Eliane:
Não só contei, como fizemos a foto especialmente para você! Não te contei antes, mas já fomos vizinhos de bairro, a Fernanda e o John, antes deles serem famosos! Toda semana eu e minha turma íamos num bar escutar aquela banda diferente, com um som gostoso! Era o Patu Fu. Acabamos nos afastando quando eles se mudaram e cresceram como banda! Ontem, no show da Zélia Duncan estávamos lembrando disso! Conheci a Nina, filha deles, uma graça de menina! Em resumo foi isso! Então, essa foto é toda sua, com muito amor! Beijos meu e da Fernanda Takai!
Roger: (Ai! )
Oba, oba! Que incrível! Essa história vai ter que ir pro blog! (Meu irmão Uri é fã dela também!) Você não me contou que foram vizinhos, só me disse que eles moram perto da UFMG - e que tocaram no seu colégio. Conheceu até a filha, hahaha! Que lindo! Obrigadão pela foto e pelos beijos! Acredito que o show da Zélia foi bom, né? Eu também gosto dela!
Eliane:
Isso mesmo! Só contei que eles tocaram no meu colégio. Os conheci por um grande amigo, o Marcílio, que já era amigo do John. O bar que eles tocavam era o Hot Cold, em Contagem, região metropolitana de BH. Toda semana estávamos lá! Acho que fomos os primeiros fãs deles! Depois, eles esqueceram da gente (pena!), mas continuamos curtindo muito o som deles! Foi muito bacana revê-los! Que bom que vai pro Blog! Vou curtir demais! O show da Zélia foi inacreditavelmente fantástico! Um monólogo musicado com as canções de Luiz Tatit (grande cara!)! Depois do show fomos tietar, conversar um pouco com ela e fotografar! O último CD lançado por ela, quase todos os arranjos foram feitos pelo John e tem uma faixa que a Zélia canta com a Fernanda Takai!
Eis a história dessa foto, linda e inesperada, que eu vou mostrando para os amigos, está em meu celular. Preferi deixá-la em suas palavras, Eliane, do que recontá-la.
PS: Um vídeo desse Pato Fu dos inícios que a Eliane teve a sorte de curtir, e ainda num barzinho, só para a sua turminha! Quem diria que são eles! Haha! (Fernandinha pulando e correndo muito louca e depois cantando maravilhosa, minuto 5.)
Eliane:
Presente para você! Depois te conto sobre essa história em detalhes!
Roger: ()
Ah não, ah NÃO! Isso é para dar inveja??? Tem que me contar, sim! Disse para ela que tem um fã espanhol em POA???
Eliane:
Não só contei, como fizemos a foto especialmente para você! Não te contei antes, mas já fomos vizinhos de bairro, a Fernanda e o John, antes deles serem famosos! Toda semana eu e minha turma íamos num bar escutar aquela banda diferente, com um som gostoso! Era o Patu Fu. Acabamos nos afastando quando eles se mudaram e cresceram como banda! Ontem, no show da Zélia Duncan estávamos lembrando disso! Conheci a Nina, filha deles, uma graça de menina! Em resumo foi isso! Então, essa foto é toda sua, com muito amor! Beijos meu e da Fernanda Takai!
Roger: (Ai! )
Oba, oba! Que incrível! Essa história vai ter que ir pro blog! (Meu irmão Uri é fã dela também!) Você não me contou que foram vizinhos, só me disse que eles moram perto da UFMG - e que tocaram no seu colégio. Conheceu até a filha, hahaha! Que lindo! Obrigadão pela foto e pelos beijos! Acredito que o show da Zélia foi bom, né? Eu também gosto dela!
Eliane:
Isso mesmo! Só contei que eles tocaram no meu colégio. Os conheci por um grande amigo, o Marcílio, que já era amigo do John. O bar que eles tocavam era o Hot Cold, em Contagem, região metropolitana de BH. Toda semana estávamos lá! Acho que fomos os primeiros fãs deles! Depois, eles esqueceram da gente (pena!), mas continuamos curtindo muito o som deles! Foi muito bacana revê-los! Que bom que vai pro Blog! Vou curtir demais! O show da Zélia foi inacreditavelmente fantástico! Um monólogo musicado com as canções de Luiz Tatit (grande cara!)! Depois do show fomos tietar, conversar um pouco com ela e fotografar! O último CD lançado por ela, quase todos os arranjos foram feitos pelo John e tem uma faixa que a Zélia canta com a Fernanda Takai!
Eis a história dessa foto, linda e inesperada, que eu vou mostrando para os amigos, está em meu celular. Preferi deixá-la em suas palavras, Eliane, do que recontá-la.
PS: Um vídeo desse Pato Fu dos inícios que a Eliane teve a sorte de curtir, e ainda num barzinho, só para a sua turminha! Quem diria que são eles! Haha! (Fernandinha pulando e correndo muito louca e depois cantando maravilhosa, minuto 5.)
Wednesday, November 07, 2012
Por que na história há poucas grandes escritoras?
Duas semanas atrás, a Marinella e eu estávamos falando sobre isso - antes dela ir viajar pelas Europas (tá tudo bem aí, Marinella?).
A resposta é sabida. Mas nunca a achei tão bem colocada como aqui, no seguinte parágrafo de La librería ambulante, livro que ganhei dos meus pais em Sant Jordi, 23 de abril, mas só li há pouco. É um clássico norte-americano, Parnassus on Wheels, de Christopher Morley, publicado em 1921. Um desses "clássicos nacionais" pouco conhecidos fora do país. (Não existe tradução ao português, mas há várias edições em inglês à venda na Cultura.)
A resposta de Morley à pergunta do post é literária (estudos críticos para quê?) e pode ser resumida numa simples frase: se uma mulher sentava dez minutos para ler o gato comia o mingau.
Quem fala é a protagonista do romance, Helen McGill, e o parágrafo diz, em espanhol:
Puedo perdonar a Andrew que sea un granjero inconstante mientras realice a destajo sus tareas literarias. Un hombre puede ser un holgazán en todo lo demás mientras haga una sola cosa con todo el esmero posible. De modo que no importa que yo sea una ignorante en literatura mientras sea la mejor en la cocina. En eso solía yo pensar mientras sacaba brillo, fregaba, limpiaba, desempolvaba y barría, justo antes de ponerme a preparar la cena. Si alguna vez me sentaba a leer durante diez minutos el gato iba a comerse las natillas. Ninguna mujer en el campo puede sentarse más de quince minutos seguidos entre el amanecer y la caída del sol, a menos que tenga una docena de sirvientes, claro. Y nadie sabe nada sobre literatura a menos que pase la mayor parte de su vida sentado. Como usted mismo, profesor.
PS: O livros está cheio de pérolas como essa e é muito engraçado, ao estilo de Mark Twain.
A resposta é sabida. Mas nunca a achei tão bem colocada como aqui, no seguinte parágrafo de La librería ambulante, livro que ganhei dos meus pais em Sant Jordi, 23 de abril, mas só li há pouco. É um clássico norte-americano, Parnassus on Wheels, de Christopher Morley, publicado em 1921. Um desses "clássicos nacionais" pouco conhecidos fora do país. (Não existe tradução ao português, mas há várias edições em inglês à venda na Cultura.)
A resposta de Morley à pergunta do post é literária (estudos críticos para quê?) e pode ser resumida numa simples frase: se uma mulher sentava dez minutos para ler o gato comia o mingau.
Quem fala é a protagonista do romance, Helen McGill, e o parágrafo diz, em espanhol:
Puedo perdonar a Andrew que sea un granjero inconstante mientras realice a destajo sus tareas literarias. Un hombre puede ser un holgazán en todo lo demás mientras haga una sola cosa con todo el esmero posible. De modo que no importa que yo sea una ignorante en literatura mientras sea la mejor en la cocina. En eso solía yo pensar mientras sacaba brillo, fregaba, limpiaba, desempolvaba y barría, justo antes de ponerme a preparar la cena. Si alguna vez me sentaba a leer durante diez minutos el gato iba a comerse las natillas. Ninguna mujer en el campo puede sentarse más de quince minutos seguidos entre el amanecer y la caída del sol, a menos que tenga una docena de sirvientes, claro. Y nadie sabe nada sobre literatura a menos que pase la mayor parte de su vida sentado. Como usted mismo, profesor.
PS: O livros está cheio de pérolas como essa e é muito engraçado, ao estilo de Mark Twain.
Friday, November 02, 2012
A casa das sombras, de Patricia Highsmith
(Para o Uri, que está sem boas leituras.)
A casa das sombras (The Black House, 1981) me reconciliou com os contos, gênero com o qual não me dou muito bem. Não lia contos tão bons desde os últimos de Alice Munro, em Too Much Happiness (para quando, aliás, o Nobel para ela?). Parênteses: Tive vontade de conhecer de uma vez Patricia Highsmith (não conhecia: também não me dou muito com o romance policial ou de mistério) em julho em Barcelona, quando li uma entrevista que ela deu ao Babelia. A manchete dizia, mais ou menos: "Só me interessam os loucos e os delinquentes". Gostei, e é tudo o que eu lembro da entrevista. Mas era uma boutade, menos mal. Porque, como alguém já escreveu, nada mais parecido com um louco do que outro louco, e com delinquentes profissionais acredito que seja igual. Fecha parênteses.
A capa do livro é estrategia de marketing, pois os contos não são de mistério, nem perturbadores, como diz na contracapa. Nem de detetives, espiões ou coisa parecida. "... As vidas narradas parecem bastante normais, mas, aos poucos, revelam sua proximidade perturbadora com o macabro": isto é da orelha e tampouco é bem assim. São contos sobre vidas de pessoas "normais" enfrentadas a situações pouco comuns, nem sequer estranhas, com desfechos longe do macabro ou do perturbador. A não ser que se considere perturbador o que há de mais egoísta e ruim nos seres humanos. Mas o que há de bom e generoso, e o que há entre esses extremos, também se encontra aqui.
Lembro de cada um dos contos e de sua maravilhosa diversidade. Quase nenhum se passa no mesmo lugar do que outro ou tem personagens ou conflitos parecidos. Um se passa em Londres, outro no interior dos Estados Unidos, outro em Roma, dois ou três em Nova York, mas em bairros de classes sociais diferentes. Temos uma narrativa do mar (como eu gosto!): um barco pesqueiro que navega ao longo da costa de Long Island encontra uma nadadora desfalecida; mas não é um fenômeno estranho, o narrador conta que a jovem se chateou com umas amigas na praia, fez uma aposta e nadou longe demais; os marinheiros a recolhem,... Outro conto narra um sequestro realizado por uns malandros amadores meio tarados. Outro poderia estar num filme de Woody Allen: casais arrogantes e metidos fazem a vida impossível a um amigo solteiro, no East Side de Nova York. Outro é o luto de um menino pela irmã morta; outro, a volta de um homem de mediana idade à cidadezinha onde nasceu e cresceu e onde o pai acaba de falecer; outro, que se passa no Bronx, conta a história de um adolescente que toca num grupo de rock e é renegado pelo pai, que decide deixar de sustentá-lo. Em meu conto preferido, talvez o mais "misterioso", uma mulher recolhe uma cesta de vime na praia, estragada pelo mar; faz um trabalho perfeito de cestaria, conserta-a com uma habilidade que ela não tinha consciência de possuir, e isso a leva a pensar numa ancestralidade viva em algumas pessoas. "A casa das sombras" (uma casa parecida à da capa), conto que encerra o livro, pode ser lido como uma paródia das próprias histórias de mistério ou como reflexão sobre a invenção do mistério como necessidade vital. O estilo é o único que os contos compartilham: direto, claro, conciso, nada enfeitado, com personagens verossímeis e tratados com ternura, com descrições realistas (quando precisas) e diálogos vivos. E com humor.
PS: Semanas atrás, disse à Marinella que não entendia que os escritores que dão aulas de escrita criativa não dessem a ler aos alunos estes contos. Ela me disse que o Charles Kiefer os citou recentemente.
A casa das sombras (The Black House, 1981) me reconciliou com os contos, gênero com o qual não me dou muito bem. Não lia contos tão bons desde os últimos de Alice Munro, em Too Much Happiness (para quando, aliás, o Nobel para ela?). Parênteses: Tive vontade de conhecer de uma vez Patricia Highsmith (não conhecia: também não me dou muito com o romance policial ou de mistério) em julho em Barcelona, quando li uma entrevista que ela deu ao Babelia. A manchete dizia, mais ou menos: "Só me interessam os loucos e os delinquentes". Gostei, e é tudo o que eu lembro da entrevista. Mas era uma boutade, menos mal. Porque, como alguém já escreveu, nada mais parecido com um louco do que outro louco, e com delinquentes profissionais acredito que seja igual. Fecha parênteses.
A capa do livro é estrategia de marketing, pois os contos não são de mistério, nem perturbadores, como diz na contracapa. Nem de detetives, espiões ou coisa parecida. "... As vidas narradas parecem bastante normais, mas, aos poucos, revelam sua proximidade perturbadora com o macabro": isto é da orelha e tampouco é bem assim. São contos sobre vidas de pessoas "normais" enfrentadas a situações pouco comuns, nem sequer estranhas, com desfechos longe do macabro ou do perturbador. A não ser que se considere perturbador o que há de mais egoísta e ruim nos seres humanos. Mas o que há de bom e generoso, e o que há entre esses extremos, também se encontra aqui.
Lembro de cada um dos contos e de sua maravilhosa diversidade. Quase nenhum se passa no mesmo lugar do que outro ou tem personagens ou conflitos parecidos. Um se passa em Londres, outro no interior dos Estados Unidos, outro em Roma, dois ou três em Nova York, mas em bairros de classes sociais diferentes. Temos uma narrativa do mar (como eu gosto!): um barco pesqueiro que navega ao longo da costa de Long Island encontra uma nadadora desfalecida; mas não é um fenômeno estranho, o narrador conta que a jovem se chateou com umas amigas na praia, fez uma aposta e nadou longe demais; os marinheiros a recolhem,... Outro conto narra um sequestro realizado por uns malandros amadores meio tarados. Outro poderia estar num filme de Woody Allen: casais arrogantes e metidos fazem a vida impossível a um amigo solteiro, no East Side de Nova York. Outro é o luto de um menino pela irmã morta; outro, a volta de um homem de mediana idade à cidadezinha onde nasceu e cresceu e onde o pai acaba de falecer; outro, que se passa no Bronx, conta a história de um adolescente que toca num grupo de rock e é renegado pelo pai, que decide deixar de sustentá-lo. Em meu conto preferido, talvez o mais "misterioso", uma mulher recolhe uma cesta de vime na praia, estragada pelo mar; faz um trabalho perfeito de cestaria, conserta-a com uma habilidade que ela não tinha consciência de possuir, e isso a leva a pensar numa ancestralidade viva em algumas pessoas. "A casa das sombras" (uma casa parecida à da capa), conto que encerra o livro, pode ser lido como uma paródia das próprias histórias de mistério ou como reflexão sobre a invenção do mistério como necessidade vital. O estilo é o único que os contos compartilham: direto, claro, conciso, nada enfeitado, com personagens verossímeis e tratados com ternura, com descrições realistas (quando precisas) e diálogos vivos. E com humor.
PS: Semanas atrás, disse à Marinella que não entendia que os escritores que dão aulas de escrita criativa não dessem a ler aos alunos estes contos. Ela me disse que o Charles Kiefer os citou recentemente.
Wednesday, October 31, 2012
Ruby Sparks, written by Zoe Kazan
Very worth seeing. Apart from what it shows about the old "trying to find the perfect girl/boy" thing, the movie tells a lot about creating characters in fiction.
I loved the part at the end when Calvin, trying to explain to an audience how Ruby became real, talks about the Catcher in the Rye and says that Holden Caulfield was real too. In a way, he was, he is. As many other characters are, for lots of readers. How could they not be for the writers themselves?
I loved the part at the end when Calvin, trying to explain to an audience how Ruby became real, talks about the Catcher in the Rye and says that Holden Caulfield was real too. In a way, he was, he is. As many other characters are, for lots of readers. How could they not be for the writers themselves?
Wednesday, October 24, 2012
Recién vi la que llaman "mejor escena del cine argentino"
Es muy buena y sigue siendo actual. Ahora vale para países como España y Catalunya*.
*Los amigos brasileños no me creen cuando digo que la tasa de pobreza en Catalunya está en el 29,5%.
*Los amigos brasileños no me creen cuando digo que la tasa de pobreza en Catalunya está en el 29,5%.
Sunday, October 21, 2012
L'Ana avui fa un any! :D
Felicitats, Ana, estimada!
La Nelia m'envia aquestes fotos: "En Primicia Mundial, pel tiet Roger". (Gràcies, guapa!)
La Nelia m'envia aquestes fotos: "En Primicia Mundial, pel tiet Roger". (Gràcies, guapa!)
Sunday, October 07, 2012
Mineiro é tudo de bom (eu já sabia, agora sei mais)
Friday, October 05, 2012
Theatre and neuroscience and fuck the PUC
O assunto está mais do que superado, mas cada vez que leio uma coisa destas (e é com frequência) dá vontade de ir lá na FALE e xingar alguém. Isto é o Sérgio que me envia. Sublinho o que estava, quase com as mesmas palavras (tira Theatre, bota Literature), em meu projeto de tese.
PS:
Um dos main themes que estarão em tela no congresso de Teatro e educação de Paris 2013.
3. Is social neuroscience a revolution for education?
Recent research on the brain seems to confirm artists’ and educators’ insights about the significance of “feeling” and “acting” in the acquisition of knowledge through empathy. Theatre and ‘Drama for Learning’ methods stimulate learning processes cognitively and affectively:
- What can neuroscience bring to Theatre, Drama and Education and to the training of artists and educators? And conversely, what can Theatre and Drama bring to neuroscience?
- Are there policies in place that support the joint development of arts and science?
- How can Drama and Theatre improve interpersonal development between people and cultures?
- Within the context of Drama / Theatre and Education, what do we mean by empathy and respect?
Um pouco de tietagem...
Wednesday, October 03, 2012
A kind of painful progress
I've been doing some research today - for my book. Started with "penguins", went on with "Antarctica", and then hit this Harper's monologue, again. Sixteen years have passed since I saw the play, thrice, in Barcelona. It still mesmerizes me.
Friday, September 28, 2012
Wednesday, September 19, 2012
Balada de otoño, de J. M. Serrat
Escrevo pouco aqui porque escrevo muito lá - no café dos velhos fumantes, meu romance.
Então, para manter o blog ativo, vai uma música que lembrei hoje de manhã, por causa da chuva.
Então, para manter o blog ativo, vai uma música que lembrei hoje de manhã, por causa da chuva.
Tuesday, September 11, 2012
Elis e Gal
Há umas duas semanas vi, em casa do Sérgio, esta gravação histórica pela primeira vez. Está num DVD que é uma joia, todo ele (esqueci o nome; Sérgio?). Dei-me conta de por que é quase unanimemente aceito que Elis Regina foi a melhor cantora do Brasil (demorei!), mas não só: fiquei impressionado com como ela sorri, brinca, gesticula, dança, olha para o Jobim, dá risada... Enfim, encantei-me com ela.
(O vídeo é sobretudo para os amigos espanhóis - os brasileiros devem tê-lo assistido dezenas de vezes.)
E logo tem a Gal Costa. (Para o Caetano, é ela a melhor voz do Brasil.) (Estou falando em "melhores", mas isso pouco importa, tem muitas vozes incríveis aqui, o motivo do post são meus... descobrimentos tardios.) Em dezembro passado, no Rio, quando fui comprar o novo CD da Gal, Recanto, a Bel me disse se conhecia ela bem. Eu disse meio envergonhado que "não muito", e a Bel me mostrou este outro vídeo, da música "Meu nome é Gal" (letra linda*): "veja o que ela faz com a voz, em duelo com a guitarra elétrica" (ou é um baixo?). Vídeo de 1981.
* (De Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
Meu nome é Gal
E desejo me corresponder
Com um rapaz que seja o tal
Meu nome é Gal
E não faz mal
Que ele não seja branco, não tenha cultura
De qualquer altura
Eu amo igual
Meu nome é Gal
E tanto faz que ele tenha defeito
Ou traga no peito
Crença ou tradição
Meu nome é Gal
E eu amo igual
Ah, meu nome é Gal
PS: Aqui sim: A Rolling Stone Brasil está fazendo uma enquete para escolher as maiores vozes do Brasil. Dá para votar:
http://www.rollingstone.com.br/enquete/maiores-vozes-do-brasil
(O vídeo é sobretudo para os amigos espanhóis - os brasileiros devem tê-lo assistido dezenas de vezes.)
E logo tem a Gal Costa. (Para o Caetano, é ela a melhor voz do Brasil.) (Estou falando em "melhores", mas isso pouco importa, tem muitas vozes incríveis aqui, o motivo do post são meus... descobrimentos tardios.) Em dezembro passado, no Rio, quando fui comprar o novo CD da Gal, Recanto, a Bel me disse se conhecia ela bem. Eu disse meio envergonhado que "não muito", e a Bel me mostrou este outro vídeo, da música "Meu nome é Gal" (letra linda*): "veja o que ela faz com a voz, em duelo com a guitarra elétrica" (ou é um baixo?). Vídeo de 1981.
* (De Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
Meu nome é Gal
E desejo me corresponder
Com um rapaz que seja o tal
Meu nome é Gal
E não faz mal
Que ele não seja branco, não tenha cultura
De qualquer altura
Eu amo igual
Meu nome é Gal
E tanto faz que ele tenha defeito
Ou traga no peito
Crença ou tradição
Meu nome é Gal
E eu amo igual
Ah, meu nome é Gal
PS: Aqui sim: A Rolling Stone Brasil está fazendo uma enquete para escolher as maiores vozes do Brasil. Dá para votar:
http://www.rollingstone.com.br/enquete/maiores-vozes-do-brasil
Friday, September 07, 2012
Nêmesis, de Philip Roth
Quando li em algum lugar que o último livro de Philip Roth era sobre uma epidemia de poliomielite que, partindo de Newark, acabava com todo o mundo em Nova Jersey, incluindo todos os garotos de um summer camp, pensei iiih, esse não vou ler: já sei como começa, já sei como termina e, pior ainda, vai ser uma parábola (o que deu no Philip Roth?). Pensei demais. O romance (que finalmente li por recomendação do Leo, obrigado, um abraço :) não é uma parábola, nem é só sobre a epidemia (como La peste, de Camus, em que está inspirado, também não era). Roth conta, de maneira bem específica, como sempre, uma história concreta: a da epidemia como é vivida primeiro no pátio de uma escola em férias, onde garotos se reúnem cada dia para jogar beisebol, num bairro judeu e pobre de Newark, e depois numa colônia de verão nas montanhas, para onde conseguem escapar os garotos de famílias de classe média. Roth estabelece vínculos com outras duas grandes tragédias, a Segunda Guerra (o romance se passa em 1944) e, de maneira menos evidente, o extermínio dos índios norte-americanos, mas o foco está sempre na história local. E essa - isto é o que torna o livro fantástico para mim - é a história de um homem, mais uma personagem inesquecível na obra de Roth: o Sr. Cantor (acho que deveriam ter mudado o nome dele, Cantor em português não dá, demorei a me acostumar, o cara não canta), um jovem de 23 anos, o encarregado de cuidar e ensinar esportes aos garotos no pátio de Newark e na colônia de Indian Hills. Ele é o que mais importa neste livro, e o mais maravilhoso. À sua personalidade é dedicado o terceiro e último capítulo (para ler e reler); e, antes, é no seu sentido do dever, nas suas dúvidas (a maior, religiosa: Deus é um grande filho da puta?), seus insuportáveis dilemas e suas escolhas, no campo de sua moral, em definitiva, onde - não sei dizer em português - se corta el bacalao. Quem leu o romance não vai esquecer Bucky Cantor: "ele era para todos nós a autoridade mais reverenciada e mais exemplar que conhecíamos, um jovem com convicções, simpático, cortês, justo, zeloso, estável, gentil, vigoroso, muscular - ao mesmo tempo líder e companheiro" (p. 191); "entretanto, não há ninguém menos passível de ser salvo do que um sujeito bom destroçado" (p. 190).
PS nada a ver: Hoy es 7 de septiembre, día de recordar a Mecano. Acabo de pasar una hora en YouTube escuchando viejas canciones. Segunda mitad de los ochenta, yo era un adolescente. Qué recuerdos, cómo pasa el tiempo.
PS nada a ver: Hoy es 7 de septiembre, día de recordar a Mecano. Acabo de pasar una hora en YouTube escuchando viejas canciones. Segunda mitad de los ochenta, yo era un adolescente. Qué recuerdos, cómo pasa el tiempo.
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