Friday, February 27, 2009

Felicidade clandestina, de Clarice Lispector

Este livro de contos* tem me acompanhado na primeira semana em Porto Alegre depois das férias. Como sempre com Clarice, que grande prazer, se se lê com atenção! Entre meus preferidos, "Miopia progressiva", "A legião estrangeira", "Os desastres de Sofia", talvez o mais complexo, com uma vívida descrição do campo de recreio de um colégio, "A mensagem", sobre duas pessoas que viram amigas porque as duas sentem uma tal angústia ("A princípio, quando a moça disse que sentia angústia, o rapaz se surpreendeu tanto que corou e mudou rapidamente de assunto"), e "O ovo e a galinha", com muitas notas de humor ("a galinha tem muita vida interior"), que poderia virar, se não virou já, monólogo teatral (com uma atriz que soubesse colocar bem longas pausas). Os últimos cinco contos, mais breves, são só exercícios, segundo a escritora reconhece ("exercício de escrever, para me divertir"), mas na memória ficam os outros, não superáveis.

(Não sabia que havia contos além dos de Laços de família. Graças às Anas do mestrado, Ana e Anna, Doutora e "sora", soube que havia este livro, e que ainda há outro...)

(Tentei traduzir ao catalão "Restos do Carnaval", conto de três páginas sobre uma menina fantasiada de rosa, itálico da escritora: não deu, amics, teria precisado de vários dias!)

*Comprado na grande Livraria LDM, de Salvador.

Tuesday, February 24, 2009

"Crise econômica"

"Crise econômica", na margem superior das páginas dos jornais, significa que o pai de um colega se matou. Por ter sido demitido, ter contas para pagar. Filhos, mulher.

Notas esportivas: Os fracos também vencem

Domingo meu Espanyol ganhou no estádio do Bar$elona pela primeira vez em vinte e tantos anos (acabando com uma invencibilidade de 22 jogos do Bar$a nesta temporada).

Com a colaboração do brasileiro Nenê, ex-Palmeiras e Santos, magnífico na jogada do primeiro gol.

(O campeonato espanhol é uma farsa, mas ganhar desse time sempre é uma alegria :p)

Thursday, February 19, 2009

Da série Como meu irmão é inteligente

Domingo dia 15 escrevi:

Janta no Largo de Santana [...]. Chega a Rosa. De um vendedor ambulante, [compramos] presente de grego para o Uri (ele não vai saber resolver). [...]

O Uri resolveu o treco em poucas horas, e agora, emocionado, diz que quer entrar para o MIT.

Wednesday, February 18, 2009

Da série Essas pequenas coisas que me chateiam

Um jovem de camiseta, bermuda e rabo de cavalo entra na lotação e senta ao meu lado no banco do fundo, onde o ar condicionado não chega e a suspensão é péssima. Os assentos à frente estão ocupados. Uma mulher desce, libera um. Eu olho para o jovem para ver se faz algum sinal de ir se levantar e ocupar o lugar vazio. O jovem se levanta e vai. Por que ele não olha para mim?

Qualquer semelhança dessa atitude com outras menos inócuas (em uma comunidade, em uma sociedade) não é mera coincidência.

Monday, February 16, 2009

Em Salvador com meus pais e 4 (Praia do Forte)

Dia 13


Do ninho aberto esse dia nasceram 68 tartaruguinhas.
(Adorei as unhas cor de rosa da menina.)



Com comentários de minha mãe e muito oba-oba.


Uma onda levou esta tartaruga até minha havaiana. Eu a ajudei
quando ficou de barriga para cima.



Mais de perto.

Sunday, February 15, 2009

No MAM

Em Salvador com meus pais 3

Dia 12

Caminhada pela orla. Pais visitam o Forte e Farol da Barra, eu fico na Internet agradecendo mensagens de parabéns. Compras e almoço no Shopping Barra. Visita e compras (O Ateneu, Felicidade Clandestina, fotos de Pierre Verger) na Livraria LDM, Rua Direita da Piedade, onde trabalha o Ronaldo. Breve siesta no Hotel. Encontro com a Rose na Praça da Sé. Pais, compras. Com a Rose, sorvete e bate-papo. Assistimos ao show de música e luz no Terreiro de Jesus. Passeio pelo Rio Vermelho. Chega o Ronaldo. Janta no Largo de Santana (origem e final de tudo, o nosso Salvador): acarajé, vatapá, cerveja, beiju. Chega a Rosa. De um vendedor ambulante, presente de grego para o Uri (ele não vai saber resolver). Pai gosta mais de acarajé, mãe gosta mais de beiju. Pais se despedem. Conversa, risos, bangue-bangue verbal entre o Ronaldo e a Rosa. Despedida com lindo presente da Rose, presente especial (são frases dela) que abro e leio no Hotel.


Praia do Porto da Barra.


No Farol da Barra.

(Fotos: Josep.)

Friday, February 13, 2009

Em Salvador com meus pais 2

Dia 11

Visita à Igreja Senhor do Bonfim. Caminhada de um kilômetro até a Ponta de Humaitá (pai: "Aqui não tem turistas..."), visita ao Forte de Mont' Serrat, com vistas da cidade, a Praia de Boa Viagem e a Igreja de Mont' Serrat. Passeio no Campo Grande. Almoço no restaurante ao peso do Teatro Castro Alves (dia 13 toca Manu Chao). Café no bahiacafe.com (mãe, abacaxi com hortelã). Siesta no Hotel. Encontro com a Rose (LINDA!). Visita ao Museu de Arte Moderna, MAM, incluído o Parque das Esculturas (não lembro de museu com localização melhor; obras fantásticas). Caminhada até o Elevador, iluminado de azul. Breve passeio pelo Pelourinho (mãe compra presentes). Encontro com o Ronaldo (Figura). Janta de aniversário em nossa pizzaria preferida do Pelô (localização secreta). Lindos presentes da Rose, a Rosa e o Ronaldo. Ronaldo feliz por ter entrado na UFBA. Eu feliz por estar com eles e meus pais. Ronaldo crítico com a decoração do Carnaval ("Parece que a Bahia está triste"). Eu feliz por envelhecer dois anos seguidos em Salvador com meus amigos.


De parabéns por ter esses pais e esses amigos.

Wednesday, February 11, 2009

Em Salvador com meus pais

Dia 9

Passeio noturno no Pelourinho, janta no restaurante Sorriso da Dada: bolinhos de bacalhau, casquinha da Dada (camarão com queijo), casquinha de siri, moqueca mixta (peixe e camarão) como prato principal. (Pai gosta mas não acha o pirão "demais".)

Dia 10

Visita ao Terminal Marítimo, o Mercado Modelo (e o subsolo tétrico do mercado), o Elevador, a Praça da Sé. Sucos no bahiacafe.com (mãe adora o de abacaxi com hortelã). Visita ao Museu Afro-Brasileiro (já o visitei, saio antes, espero tomando café, escuto "Vamos fazer um filme" ("e ho-jem di-a / comoé que se diz eu te a-a-mo"), tocando no rádio). Passeio pelo Pelô. Mãe compra colares. Fundação Jorge Amado. Almoço na praça de alimentação do Shopping Lapa (mãe não gosta do buffet vegetariano em frente da Livraria LDM). Café no exterior do shopping, local bonitinho, três mesinhas. Reservas de hotel em Praia do Forte no Barra Shopping (cara muito gentil, mas muito demorado). Breve siesta no Hotel. Breve assistência à missa na Igreja de São Francisco, riquíssimo interior barroco de madeira e pão de ouro, iluminado, lindo. Três caipirinhas no bar do Albergue Laranjeiras. Encontro com a Rose (linda!). (Pai: "A caipirinha me subiu à cabeça...".) Gerônimo na Escadaria da Igreja do Passo (só duas ou três músicas). Grupo de crianças tocando percussão na rua. Quatro crepes no Laranjeiras. Travesti famoso (não lembro o nome) no Largo Tereza Batista (algumas músicas), logo, pagodeiro (Rose: "Ele grita mais do que canta"), embora. Samba na Praça Quincas Berro d'Água. Pais sentam. (Pai: "Nunca vi tanta animação na rua"). Pais embora. Samba com a Rose. Papo em dia até que o samba termina.


Vista desde o Elevador Lacerda.


Largo do Pelourinho desde a Fundação Jorge Amado.

(Fotos: Josep.)