Monday, June 28, 2010

Notícias da Copa do Mundo 5



Não há algo de certo, nessa manchete? Não é estúpido que a arbitragem decida jogos tão importantes como os das oitavas de final de uma Copa do Mundo? Como teria sido o jogo entre a Alemanha e a Inglaterra com um 2 a 2? E o da Argentina e o México, com um 0 a 0? E não é estupido o comentário do representante da Fifa? "Nenhuma tecnologia será nunca infalível"?

Saudade dos jogos da final da NBA, de semanas atrás... Diante de um lance duvidoso, o árbitro vai até a mesa, olha para a tela, e em menos de 30 segundos decide, sem erro: bola para os Celtics; bola para os Lakers. Como no tênis. Como na Fórmula 1, onde um piloto pode ser destituído da vitória horas após a corrida terminada.

Só no futebol não é assim. O mundo do futebol é diferente. Desculpem-me os fanáticos: não será que também são mais estúpidos do que os fanáticos por outros esportes? Os erros arbitrais fazem parte, não podem deixar de fazer parte, dizem. Gostam tanto de xingar os árbitros! Isso também é espetáculo, ajuda à liberação dominical das tensões. Na segunda, alimenta as discussões, brigas ou gozações com colegas.

Maradona é um gênio, com sua "mano de Dios". E Messi, que fair play! Imitou o ídolo, marcou com a mão três palmos acima da cabeça. A foto saiu nas capas dos jornais. Para ele sentir vergonha? Que nada: para gozo dos torcedores do Barcelona. Uma entrevistadora falou com o Tévez depois do jogo de ontem. Não perguntou pelo gol em impedimento, é claro, teria sido uma desconsideração.

Sunday, June 27, 2010

Butlletí informal de l'Ambaixada de Catalunya a Porto Alegre 1 (en català, és clar!)

Ahir dissabte vaig trobar un local alternatiu per a les reunions de l'Ambaixada. La meva cafeteria preferida, del carrer Uruguai, estava tancada, com cada cap de setmana. A més, plovia. Vaig anar al cafè del mercat, però feia fred. Llavors vaig recordar la cafeteria de la Galeria Claus (Chaves), que comunica el meu estimat carrer de la Platja amb la meva estimada Plaça XV (XV què?, sóc dolent en Història). És una cafeteria molt acollidora, amb cambrers i cambreres amables (són tres, o més, tot i que el lloc és petit); i, a més, té taules a fora, on es pot fumar. A fora, en aquest cas, no és al carrer, sinó al passadís de la galeria, de manera que ja pot ploure, fer fred o nevar, que qui és allà no s'adona de quin temps fa. Podria ser l'"Ambaixada per als dies de pluja". El fet és que vaig sentir un cambrer parlar perfectament en català. Quan vaig anar a pagar, vaig fer la pregunta típica (la que em fa sempre la Gabriela, per riure's de mi): "parles català?". El cambrer em va dir que sí, però quan va saber que jo era català de Barcelona va continuar en portuguès, dient-me que parlar-lo amb mi li faria vergonya. (Em va dir que ja s'havia adonat que jo era estranger. Quan dimonis perdré l'accent?) Va assenyalar-me tot orgullós l'única cosa que m'amoïnava del local: una bufanda del Bar$a penjada massa a la vista. I quan li vaig dir que jo era de l'Espanyol, em va dir que si li portava la bufanda, també la penjaria. (Ho he dit tantes vegades, a tants taxistes, que sóc de l'Espanyol! Ja es deuen referir a mi com a "aquell català raro, que és de l'Espanyol...".) (Atenció, aprenents de la llengua! "Raro" és un barbarisme, ve del castellà, llengua de bàrbars.) En fi: em va explicar que havia estat un temps a Barcelona. I que si li havia sentit dir alguna cosa en català era perquè parlava amb un client que - és per això que em sembla que el lloc és ideal - va ser professor quatre anys (!) a la Universitat de Barcelona. Acabava de marxar, no el vaig enganxar per ben poc... Sens dubte, aquest professor seria un bon element per incorporar a les reunions. La intenció és anar agrupant catalanoparlants de mica en mica, fins a ser una bona colla. Llavors podrem anunciar l'existència de l'Ambaixada al rector de la PUCRS. Si ho fem abans, voldrà el càrrec d'Ambaixador, i aquest és del Sergi (i en cas d'excedència, un viatge a Catalunya, per exemple, del Yuji). És tot!

Una abraçada,


El Secretari

Saturday, June 19, 2010

Saramago (1922 - 2010)

Ontem morreu Saramago. Não posso escrever nada em meu nome porque não conheço a sua obra. Só li O conto da ilha desconhecida, recomendação da Raquel, que adorei. Quis ler mais, perguntei ao escritor Assis Brasil qual livro poderia ler, ele me recomendou A jangada de pedra ou o Memorial do convento. Mas eu estava com outras leituras, não os li. (Meu problema com Saramago, ou meu preconceito: não gosto de "literatura alegórica". ... O que devo rever, pois O conto da ilha desconhecida é uma alegoria e gostei.) Há alguns anos, ganhei dos meus pais, em espanhol, numa época em que estava lendo bastante Pessoa, O ano da morte de Ricardo Reis, que também ficou em lista de espera... Então, vou postar frases do próprio Saramago, recolhidas hoje no especial do Estado de S. Paulo.


"Eu diria que sou um comunista libertário. Alguém que defende a liberdade de não aceitar tudo que venha. Porém que assume o compromisso com três perguntas que devem ser nossos guias de vida: por quê?, para quê, para quem?"

"A princípio, respondia que escrevia para que as pessoas me quisessem bem. Logo esta resposta me pareceu insuficiente e decidi que escrevia porque não me agradava a ideia de ter que morrer. Agora digo, e talvez isso seja certo, que, no fundo, escrevo para compreender."

"Minha obra pode ser entendida como uma reflexão sobre o erro, sim, sobre o erro como verdade instalada e por isso suspeita."

"Não sou pessimista, o mundo é péssimo. São os pessimistas os únicos que querem mudar o mundo, para os otimistas tudo está muito bem. Deveria se fazer profissão e militância do pessimismo."

"Estou convencido de que há de se seguir dizendo não, ainda que se trate de uma voz predicando no deserto."

"Não encontro nenhum motivo para deixar de ser o que sempre fui: alguém que está seguro de que o mundo em que vivemos não está bem-feito."

"Minha arte consiste em tentar mostrar que não existe diferença entre o imaginário e o vivido. O vivido poderia ser imaginado, assim como o contrário."

"Nunca separo o escritor do cidadão. Isso não significa que queira converter minha obra em panfleto, significa que não escrevo para o ano de 2427, mas para hoje."


PS: Um espaço em branco __________ para colocar livremente um xingamento dirigido ao Vaticano, que atacou o escritor um dia depois de sua morte. "Su posición ideológica motivó ayer un ataque duro desde el órgano oficial del Vaticano, L'Osservatore Romano, que no guardó ni siquiera la compostura ante la muerte." (El País)

PS2: Uma cena do filme José & Pilar, em pós-produção, na home do site da produtora O2 Filmes.

Notícias da Copa do Mundo 4

Oba, oba! Completei meu álbum da Copa! E tudo graças à dona da banca de jornais da Praça XV (minha banca preferida), que achou as últimas figurinhas para mim! Querida... Não é só para mim, né, ela faz isso com um monte de pessoas, tem muitas listas de clientes que ela tenta completar com suas pilhas de figurinhas avulsas...

Ela me perguntou se eu tinha falado no rádio. Hein? Eu disse que eu não falava no rádio, mas parece que ela escutou um Roger falando num programa sobre o Instituto Cervantes!

Estou gostando desta Copa (dos resultados, porque ainda não estou assistindo às partidas)... Gostando de que os europeus se deem mal, hehe. (Se bem que espero que a Espanha siga em frente e acredito que será assim; semanas atrás ninguém duvidava que a Espanha ganharia das Honduras e do Chile... Também da Suíça, é claro... Mas a Espanha jogou melhor, só acelerada demais, e a derrota pode ter sido boa, uma "cura de humildade", como colocou o Marca em manchete...). Estou gostando, digo, porque isso demonstra como é uma miragem que os times e os campeonatos europeus sejam melhores do que os outros. Talvez sejam, mas só porque têm jogadores de fora, sul-americanos em particular.


PS: Depois escrevo sobre a morte de Saramago... :( São bons os especiais da Zero Hora, do Estado, do El País...

Tuesday, June 15, 2010

Vocês são patriotas?

(Escrito agora mesmo, depois de presenciar a cena.)

Acabou de entrar aqui no cibercafé, quando faltam apenas 20 minutos para a estreia do Brasil na Copa e eu sou o único cliente, uma jovem lindérrima, negra, enérgica, dizendo logo ao dono (meu amigo, que me dá os cafés de graça):
-Me diz uma coisa, vocês são patriotas?
Ele e o outro atendente, confusos, não têm respondido, e ela tem continuado, falando rápido:
-Não, é que, tá tudo fechando, sabe?, parece que o país para! Porque, somos o "país da Copa", né?, somos o "país do samba"!
Ela tem falado meio irônica, meio chateada; com humor, também, sambando um pouquinho ao dizer "país do samba".
-Não fechamos, não - o dono tem dito.
E ela tem ficado surpresa e contente.
Eu também, diante de uma demonstração tão legal (e bela!) de não patriotismo...


PS: Ótimo artigo de Eugênio Bucci, hoje (dia 17) no Estado de S. Paulo, sobre uma mudança específica e essencial no Brasil nestes últimos oito anos.

Monday, June 14, 2010

Sensation, de Rimbaud

(Um poema de Rimbaud que a Anna recitou para mim, praticando antes de fazê-lo em sua aula de francês. É lindo, e é bom porque dá para entender - não como outros poemas dele :p)





Sensation

Par les soirs bleus d'été, j'irai dans les sentiers,
Picoté par les blés, fouler l'herbe menue:
Rêveur, j'en sentirai la fraîcheur à mes pieds.
Je laisserai le vent baigner ma tête nue.

Je ne parlerai pas, je ne penserai rien.
Mais l'amour infini me montera dans l'âme;
Et j'irai loin, bien loin, comme un bohémien,
Par la Nature -- heureux comme avec une femme.

Sunday, June 13, 2010

Traduções ao português 12 (Voir un ami pleurer, de Jacques Brel)



Ver um amigo chorar
(tradução livre)


Claro que há as guerras na Irlanda
E os povos que não cantam mais
Claro que há falta de ternura
Que aquela América sumiu
Claro, o dinheiro não tem cheiro
E esse cheiro sobe ao nariz
Claro que andamos sobre flores
Mas ver um amigo chorar!

Claro que estamos derrotados
Que a morte espera no final
Que os nossos corpos inclinados
Surpreendem-se de estar de pé
Claro, há mulheres que nos deixam
E pássaros que vão morrer
Claro que perdemos as asas
Mas ver um amigo chorar!

Claro que há as cidades gastas
Por crianças que não o são mais
Nossa impotência para ajudá-las
E o nosso amor que se desfaz
Claro que o tempo vai depressa
Que as pessoas se afogam nos trens
E que a verdade nos evita
Mas ver um amigo chorar!

Claro, os espelhos nos refletem
Nem a braveza de ser judeu
Nem a elegância de ser negro
Cremos ser reis, somos bufões
Esses homens são irmãos nossos
Tanto que não espanta ninguém
Que, por amor, nos dilacerem
Mas ver um amigo chorar!

Thursday, June 10, 2010

Instantànies de Porto Alegre (en català!) 2

Més fotos tirades amb la càmera del mòbil!

Nota para quem acompanhava o romance: Não parei de escrever. É só que... estou revisando rascunhos, adicionando trechos ao já escrito. Por assim dizer, fazendo o romance crescer desde dentro.



Anna i Manu(ela), al cafè del Theatro São Pedro.


El Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS),
amb una nova il·luminació nocturna.


Entrada del Mercado Público, un dissabte al matí.


Un "bloco" del Carnaval de Recife
de visita a Porto Alegre.



Manu a la fira de productes agrícoles
celebrada als magatzems del port.



Una premsa de raïm manual
(exposada a la fira).


... Els meus pares deuen saber el nom d'aquestes màquines antigues
per fer vi (jo també l'hauria de saber...).


Un dels molts sistemes
"anti-sense sostre" que es troben
a les voreres de les grans ciutats
de Brasil. :(



Treballadors refent els marges
de l'"arroio Dilúvio", canal que
travessa la ciutat.



La Rua da Praia, a l'alçada de
la Praça da Alfândega.



El tros amb més moviment de la Rua da Praia,
un diumenge a primera hora del matí.



La Igreja das Dores, amb llum de
primera hora del matí.



Home fent estiraments al
parc de la Redenção.



Arrels gegants d'un arbre al
parc de la Redenção (petits,
al centre de la imatge, bossa i diari).



Manu i Anna al restaurant Dado Bier
(al barri Moinhos de Vento).



... I jo al restaurant Dado Bier.

Monday, June 07, 2010

Algum comentário sobre Israel?

Há tempo mais de um amigo me disse que não usasse o blog para desabafar, falar sobre coisas que me chateiam ou deixam indignado, senão para falar do que eu gosto ou do que me apaixona. É o que tento fazer. Mas há coisas que não dá para deixar passar. Quando isso acontece, por vezes "uso" meu irmão Uri: ele sabe ser agressivo, radical, usar xingamentos, etc., sem perder a graça. Agora esperava por um comentário dele sobre Israel, mas não chegou. Chegou o seguinte:

"Não, desta vez não vou fazer nenhum e-mail incendiário contra Israel, entre outros motivos, porque:

a) o que eles mesmos fizeram é o bastante incendiário e deixa eles numa situação o bastante ruim como para que não seja necessário insistir no assunto;
b) eu fico puto só de pensar nisso e prefiro manter o bom humor;
c) perdi a fé em que qualquer crítica possa fazer alguém refletir".

Apesar de tudo, ele me indica um artigo do El País, dizendo-me que poderia citá-lo.

O artigo conta como Helen Thomas, a mais veterana dentre os correspondentes na Casa Branca, acaba de anunciar que se aposenta, e não da maneira como ela teria gostado. É porque uma página web chamada RabbiLIVE.com a entrevistou na saída de um pronunciamento do presidente Barack Obama... e o diálogo foi assim:

"Algum comentário sobre Israel?", perguntou o jornalista. "Diga a eles para se mandarem embora de Palestina", respondeu Thomas. "Algum comentário melhor sobre Israel?", insistiu o jornalista. Thomas explicou então a tese que sustentava seu comentário: "Lembre, os palestinos estão sendo ocupados em sua própria terra. Não é a terra dos alemães ou dos poloneses". Thomas foi questionada sobre aonde deveriam ir então os judeus que estão em Israel: "Que vão para suas casas. Que vão para Polônia, Alemanha... América ou outro lugar".

... Essa mulher, com 89 anos de idade, mais de cinquenta na primeira fileira da sala de imprensa da Casa Branca, deve estar tão cansada de ver como os israelenses praticam o terrorismo de Estado, ignoram uma e outra vez, e com total impunidade, os mandatos e as condenas da comunidade internacional, recebem o vergonhoso apoio dos Estados Unidos, etc., que o esquisito é que não falasse algo pior.


Casas em Gaza. (El País)

Saturday, June 05, 2010

Notícias da Copa do Mundo 3

Minha primeira seleção completada (sábado passado)?



Minha segunda seleção completada (hoje)?



É um sinal? :o)



PS: Não entendo como a Federación Española de Fútbol pôde trocar o emblema inspirado em Joan Miró por um outro tão comum e até feio... O novo (à esquerda) parece velho, e o velho (à direita) parece novo, né?




PS2: Desenhado pelo próprio Miró foi o cartaz da Copa de 82. Que também parece mais novo do que qualquer cartaz de qualquer Copa ou Olimpíada posterior (na verdade, nem é um cartaz, né, é uma p#%@ obra de arte...):





Hum. Terceira seleção completada: o Japão. OK. Não é um sinal nem nada. :(

Friday, June 04, 2010

"Açúcar", de Ana Santos

... E depois da publicação de "O Fazedor de Guarda-chuvas" na Cult de dezembro de 2009, e de "O que não é um morango" na revista Ficções de maio de 2010 (essa eu não comentei, a Ana é muito Ana para essa revista, acho), tchanam!, Ana Santos na Bravo! de junho! Com "Açúcar" (um de meus contos preferidos) e "Chapéu-coco, saia de pregas". Ana com cada vez mais difusão (difusão nacional, tchê) e leitores e agora já escritora profissional! ($! ;) Falta menos para o livro O que faltava ao peixe e, quanto às revistas, só resta conquistar a Piauí!

Parabéns, Ana (e muita força).

Comprem, comprem! (Não está no site!)