Friday, February 10, 2012

R. I. P.

Quarta-feira passada morreu em Buenos Aires Luis Alberto Spinetta. Eu nem sabia quem era, soube porque ontem apareceu um longo obituário em El País (de Espanha, não de Uruguai). A manchete diz assim: "Luis Alberto Spinetta, la poesía del rock argentino. Junto a los músicos Charly García y Fito Páez, puso las bases del género". No texto, Alejandro Rebossio conta que foi "el poeta más rockero o el rockero más poeta de Argentina", que "fue un autodidacta y le salió más que bien". Teve vários grupos: Almendra, Pescado Rabioso (com P. R. gravou o álbum Artaud, "considerado uno de los mejores del género"), Invisible, Banda Spinetta, Spinetta Jade. "Con Charly compuso el éxito 'Rezo por voz', y con Fito el álbum en que destaca 'Folies Bergere'". Depois de ler o obituário escutei no YouTube algumas das músicas citadas, "Muchacha (ojos de papel)", "Rutas argentinas", "Durazno sangrando", "A estos hombres tristes",... A que mais curti foi a primeira, que posto aqui. Não de início. De início me pareceu uma canção de amor como muitas outras, com uma letra mais ou menos comum. Mas não sei se pela melodia ou por sua voz, ficou em minha cabeça até que caí no sono. Pelos comentários que depois li no YouTube, Spinetta marcou a geração dos que foram jovens nos anos oitenta, e essa música em particular foi a trilha sonora de muitos primeiros amores, amores de adolescência, esses que com o tempo parecem totalmente esquecidos mas de um modo ou outro definem amores futuros.




Esta semana também faleceu, em Barcelona, Antoni Tàpies. Morreu na segunda-feira e os jornais seguem cheios de artigos sobre ele e sua obra. Era o pintor catalão mais universal, e eu só comecei a entender seu valor e curtir sua obra há poucos anos, depois de ver, na Fundació Tàpies, um documentário sensacional (não está online). Era um pintor difícil, muito influenciado pelas culturas orientais; "matérico", segundo sua própria definição; que tinha em Joan Miró seu mestre mas resolveu não usar cores primárias. Posto uma de minhas obras preferidas, "Armari", de 1973.


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