Thursday, March 19, 2009

A falácia do charme de fumar

Hoje, caminhando pela Rua da Praia em direção à Praça da Alfândega, vi, em um portal próximo ao Museu do Exército, uma mulher jogando a ponta do cigarro - com aquele disparar do dedo indicador - três metros à sua frente, intentando acertar uma lixeira. E achei tudo nojento: o fato de jogar a ponta do cigarro desse jeito, o fato de não recolhê-la ou pisá-la (caiu no chão), o próprio fato de a mulher fumar. Então pensei: Só um pouco: Achar que fumar é nojento, não é a mídia que o pus em minha cabeça, nestes últimos anos? Vieram-me à mente atores e atrizes de cinema, mas logo viajei no tempo até o colégio: Não era charmoso fumar? Quem fumava não era mais charmoso? Pensei logo em C. e em L. Vendo C. ou L. fumar, cigarro era charme! Então pensei: Só um pouco: C. e L. não eram... as garotas mais bonitas da turma? Claro que eram! Lindérrimas! Então? Não seriam seus cabelos?, seus olhos...? (C. continua linda, e parou de fumar na mesma época que eu, seis anos atrás; com L. perdi o contato.) No caminho de volta, também na Rua da Praia, um jovem jogou, de maneira parecida com a da mulher - longe -, a ponta do cigarro. No seu caso, usando o polegar e o indicador, e sem lixeira à vista. Mais nojento ainda.

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