Friday, September 18, 2009

O mal-estar na civilização, de S. Freud

"A vida, tal como a encontramos, é árdua demais para nós; proporciona-nos muitos sofrimentos, decepções e tarefas impossíveis. A fim de suportá-la, não podemos dispensar as medidas paliativas. (...) Existem talvez três medidas desse tipo: derivativos poderosos, que nos fazem extrair luz de nossa desgraça; satisfações substitutivas, que a diminuem; e substâncias tóxicas, que nos tornam insensíveis a ela. Algo desse tipo é indispensável."

Derivativo poderoso seria a criação artística, a atividade científica ou até o trabalho, quando é livremente escolhido.

Satisfação substitutiva seria, por exemplo, a leitura, ou a contemplação da obra de arte.

Substâncias tóxicas, bom... eu estou fumando.

Tem a religião, mas para Freud é "uma paranóia coletiva". Ele fala bem da filosofia budista, que busca a ausência de desprazer, a felicidade da quietude.

Segundo Freud, o problema do "momento" de felicidade ou prazer, mais comum, é que é uma "manifestação episódica", que não se prolonga; que deriva de um contraste, e não de um "estado de coisas".

Sobre o amor... "A modalidade de vida que faz do amor o centro de tudo, que busca toda satisfação em amar e ser amado" talvez se aproxime mais da meta da felicidade. Porém "nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca tão desamparadamente infelizes como quando perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor".

Mas há esperança! "Não existe uma regra de ouro que se aplique a todos: todo homem tem de descobrir por si mesmo de que modo específico ele pode ser salvo. (...) É uma questão de quanta satisfação real ele pode esperar obter do mundo externo, de até onde é levado para tornar-se independente dele, e, finalmente, de quanta força sente à sua disposição para alterar o mundo, a fim de adaptá-lo a seus desejos. Nisso, sua constituição psíquica desempenhará papel decisivo, independentemente das circunstâncias externas."


3 comments:

maritrini said...

nunca habia pensado en leer el tio antes pero ahora tengo ganas.
no sé cuando eso pasara pero gracias, che.

Roger said...

pues sí, el tío es un sabio, y además escribe muy bien y muy sensisho, como debe ser.
de nada. :)

Anonymous said...

Verdade... Por isso "Freud explica".
jejejeje

Maravilhosas as citações...