Wednesday, May 18, 2011

O caderno rosa de Lori Lamby, de Hilda Hilst

Se pretende ser literatura: ruim. Se pretende ser erótico (ou pornográfico?): ruim. Se pretende chocar: ruim também (li as últimas 20 páginas em diagonal). A voz da criança de 8 anos (Lori, a narradora) está bem recriada, mas isso não é difícil, esse tipo de voz narrativa infantil até virou clichê. (Lembro de uma personagem da mesma idade, no romance The Sorrows of an American, de Siri Hustvedt, que fala e ganha vida de um modo mais original, além de seduzir e perturbar sem mostrar sua boceta.) Enfim, por tudo junto: ridículo.*

*Outra possibilidade é que o livro seja "a bandalheira que o Lalau quer". Lalau é o editor do pai de Lori, que está escrevendo um romance. O pai chama esse editor de f.d.p. que só quer um texto para agradar aos "leitores ANARFABETOS" e assim vender muito. Mas isso mais parece uma desculpa do que uma motivação real da escritora Hilda Hilst. 




PS: Com respeito ao meu projeto de doutorado, ler esse tipo de livros me deprime. Me fazem lembrar de Edna O'Brien, que disse de Chico Buarque que não era um escritor. Ou da crítica de arte que relativizou o valor das obras de Tarsila de Amaral. E então duvido se vou encontrar na literatura brasileira do XX os exemplos que eu procuro... :(

PS2: Já encontrei um (mais um), num sebo. Verão no aquário, da Lygia Fagundes Telles. :))

2 comments:

Leo Wittmann said...

Boa lembrança de "Sorrows of an american", um dos melhores livros que li esse ano disparado.

Roger said...

Oi Leo! Antes de dormir te escrevo. (Mas ainda não li isso que alguém abandonou aí ;)