Tuesday, May 24, 2011

Reiniciando... (Isso demora: paciência)


















Capa do caderno Link de ontem, do jornal Estado de S. Paulo.


Domingo, na Espanha, a direita arrasou com tudo (a maioria de espanhóis se absteve, votou em branco ou votou nulo). "O Partido Popular obteve o 37% dos votos, 10 pontos porcentuais a mais do que os socialistas, a maior diferença já registrada desde o fim da ditadura de Franco" (Estado de S. Paulo). E a partir de junho, também pela primeira vez desde o fim da ditadura, Barcelona não terá um governo de esquerda; será governada em minoria pela direita nacionalista catalã, com o apoio da direita nacionalista espanhola. (Nada surpreendente ou novo: direita é direita, grana é grana e nacionalismo é só discurso.) Mas a cidade não vai mudar (a maioria de cidadãos, que não votamos nesses partidos, não vamos deixar); isto é, vai continuar mudando, como até agora. Sendo uma cidade progressista e inovadora, multicultural e voltada para o mundo, de imigrantes, sempre em transformação,... "la chulidad".

A Nelia, minha cunhada, ontem me contou que esteve, com meu irmão Ramon, na concentração/acampamento da Plaça Catalunya e se emocionou com o que viu: com a multidão organizada, discutindo e debatendo assuntos importantes; com a presença não só de jovens, senão também de casais, os mais novos com seus bebês, os mais velhos com crianças, de velhinhos, avós... (Minha amiga Montse também foi, me mandou um e-mail querido.)

Eu tinha a intenção de postar aqui algumas opiniões do crítico cultural norte-americano Fredric Jameson, entrevistado domingo na Folha de S. Paulo, mas joguei o jornal fora. Ele defende o surgimento de novas ideias políticas para o mundo globalizado*. Acha que uma mudança de sistema virá, que é questão de tempo. Falta saber em que lugar, ele diz, ver em quais regiões, país ou países a situação é mais propícia para que isso aconteça primeiro, e logo se espalhe.


*Isso, lido friamente, me parece algo tão óbvio! Nem se trata de defender ou não. Se o mundo mudou e agora é global, o anormal seria que o sistema, as regras, a organização,... não o fizessem. 

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