Thursday, January 05, 2012

Le Havre, de Aki Kaurismäki

Hoje assisti ao filme Le Havre com meus pais - ou, melhor, levei meus pais para assistir ao filme. Junto a La piel que habito e, sobretudo, Melancholia, é o que de melhor vi nos últimos (muitos) meses. (El cine está fatal, diria o Uri. Sim, mas ainda temos esses grandes mestres em atividade.) Esta história de pessoas boas e generosas (e pobres: acho que isso tem a ver com sua maneira de ser e agir), que atuam desprovidas de qualquer interesse em si mesmas, moradoras de um bairro popular dessa cidade portuária da Normandia, devolve um pouco a fé nas pessoas, as mesmas pessoas que Lars Von Trier, carregado de motivos, chama em seu filme de essencialmente más; uma fé mais necessária do que nunca pelo rumo que estão tomando as coisas na Europa. A escritora Mercè Ibarz escreveu hoje sobre o filme, no El País: "Un filme lleno de bondad, concepto y palabra difíciles de usar hoy. Qué atrevimiento del finés Kaurismäki. Con la que está cayendo, es más que un consuelo". Eu retive minhas lágrimas só porque estava com meus pais; lágrimas que não teriam sido de tristeza, muito pelo contrário. Não percam. (Filme cheio de homenagens, também, e de curiosidades, como a de assistir a uma canção do velho rocker Roberto Piazza, uma das pessoas que circulam por esse bairro; ou, num pequeno papel, ao ator que foi o inesquecível menino de Les 400 coups.)





PS: A cena da música de Roberto Piazza e o grupo Little Bob:

1 comment:

Sergio Lulkin said...

Boa sugestão, ficaremos atentos!