Thursday, March 06, 2008

Fun Home: A Family Tragicomic

Para não continuar sendo chato falando em filmes que eu não gosto: recomendo MUITO a HQ (comic, novela gráfica) Fun Home (que apesar do título tem muito pouco de fun), de Alison Bechdel. É o melhor livro que eu li no último ano. O melhor filme que eu vi.

Uma citação da NYT Book Review, na contracapa, diz quase tudo de um jeito exato: "Uma obra pioneira, que eleva dois gêneros (quadrinhos e relato autobiográfico) a novos patamares, com quadros que combinam o detalhismo e o apuramento técnico de R. Crumb com uma seriedade, complexidade emocional e um espíritu inovador totalmente pessoais".

Um capítulo do livro estava na coletânea de HQ The Best American Comics 2007 que eu comentei em dezembro e achei fraca. Eu gostei desse capítulo, mas fui bastante burro para não procurar o livro, talvez achando que não ia encontrá-lo, ou desapontado pela coletânea em si. Gostei até porque o tema do capítulo escolhido, uma neurose da garota protagonista, me era próximo.

Felizmente, já no Brasil, meu amigo Pedro me emprestou o livro, na versão em português (vi agora que não saiu ainda em espanhol, mas vai sair: tem livros anteriores da autora editados por La Cúpula). E estou escrevendo isto antes de chegar ao final. Não quero chegar ao final. E acho que não devolvo o livro ao Pedro. :p

É uma ótima leitura para todo o mundo, mas mais ainda para quem gosta de literatura. Porque fragmentos de Camus, Proust, Wilde, Colette ou Joyce (nunca chatos) servem de ajuda à protagonista, em diferentes momentos de sua adolescência e juventude, para entender o que se passa - ou o que dá para entender do que se passa - na casa e na vida dela - e na cabeça da outra grande personagem: seu pai.

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