Thursday, April 16, 2009

Divulgando a literatura em catalão 4

Encontrei este poema de Gabriel Ferrater (1922-1972) em uma caderneta velha.


Ídols

Aleshores, quan jèiem
abraçats davant la finestra
oberta al pendís d'oliveres (dues
llavors nues dins un fruit que l'estiu
ha badat violent, i que s'omple
d'aire) no teníem records. Érem
el record que tenim ara. Érem
aquesta imatge. Els ídols de nosaltres,
per la submissa fe de després.


Ídolos

Então, quando jazíamos
abraçados em frente à janela
aberta à encosta de oliveiras (duas
sementes nuas dentro de um fruto que o verão
fendeu violento, e que se cheia
de ar) não tínhamos lembranças. Éramos
a lembrança que temos agora. Éramos
esta imagem. Os ídolos de nós,
para a submissa fé de depois.

2 comments:

ana said...

gostei muito disso: "Éramos
a lembrança que temos agora. Éramos
esta imagem. Os ídolos de nós,
para a submissa fé de depois"

Roger said...

Que bom que gostou! Então vou ver se encontro mais, estou mexendo em cadernetas... :)