Friday, August 21, 2009

Medo(s)

Eu estava na rua Uruguai, olhando para o alto, e reparei nos aparelhos de ar condicionado. Há prédios antigos de cinco ou seis andares, e outros de mais de doze. E em cada andar há, do lado de fora, seis ou mais desses aparelhos. Não tenho fobias, nenhum tipo de pânico, mas espero que estejam todos muito bem parafusados. Já pensou, se um dia começarem a cair em cima da cabeça dos transeuntes? (São coisas que a gente imagina quando está desocupada.)

Aproveito para recomendar um livro que ainda não comprei nem li, mas vou ler. A Companhia das Letras lançou agora Bem que eu queria ir, de Allen Shawn (filho de William Shawn, editor-chefe da revista The New Yorker entre 1951 e 1987), que conta seus "medos de quase tudo", faz uma "arqueologia de suas fobias".

Allen Shawn, escrevendo sobre seu pai e a revista The New Yorker: "Hoje eu diria que, como eu, ele era agorafóbico e sofria de transtorno do pânico. Ao contrário de Emily Dickinson, era ativo e precisava da empolgação de estar presente no mundo, mas também buscava segurança e tentava fazer um porto seguro de todos os contextos em que entrava. Ele via a revista que editava como uma espécie de abrigo intelectual e moral para seus leitores. Descrevia cada edição como uma espécie de 'presente' enviado aos assinantes, uma recompensa, talvez, por terem chegado ao fim de mais uma semana" (p. 51-52).

Antes de vir ao Brasil em 2005, assinei por três anos à revista. E ainda hoje procuro às vezes abrigo nela, deslocando-me até a Livraria Cultura e comprando a preço de ouro números um mês atrasados.

1 comment:

Anonymous said...

MIEDO:

"Tienen miedo del amor y no saber amar; tienen miedo de la sombra y miedo de la luz; tienen miedo de pedir y miedo de callar.
Miedo que da miedo del miedo que da...
El miedo es una sombra que el temor no esquiva;
El miedo es una trampa que atrapó al amor;
El miedo es la palanca que apagó la vida;
El miedo es una grieta que agrandó el dolor..."