Monday, October 26, 2009

Motivos para no enamorarse (Carnaval de Brasil)

Ontem eu assisti com a Anna (Anníssima, Anninha) ao filme Motivos para no enamorarse, do argentino Mariano Mucci (o título é meio bobo, acredito que é só para atrair pessoas que nunca iriam ver esse filme). É uma história triste que se passa em Buenos Aires, sobre duas pessoas solitárias, que, no entanto, guardam ainda uma ponta de esperança. Ele, um homem maduro, perdeu a mulher e mora sozinho em um apartamento grande e escuro, com apenas mobília (tem um segredo em uma casa fechada, na praia); ela tem 26 anos, trabalha em um call center (as meninas fingem que ligam de Barcelona: é assim que fazem os empresários, se mandar para onde seja possível pagar menos aos empregados), e, por causa de um relacionamento que não deu certo, diz que gostaria de apagar de sua vida os últimos vinte anos. Filme triste e lindo, e bom, e barato, imagino (legal ver que filmes bons podem ser feitos com pouca grana - te liga, Uri); talvez o primeiro do diretor.

Mas o que eu queria botar no blog é a música dos créditos finais, de Andrés Calamaro, "Carnaval de Brasil": grande como todas as dele (e as de seu colega Fito Páez). É sobre as musas. Sobre seu ir e vir, sobre sua necessidade ou não necessidade. Um trecho diz assim:

"Habrá que desenvainar las espadas del texto,
Y escribir una canción aunque no haya algún pretexto,
y dedicársela al primero que pase caminando,
al que se quedó pensando, al que no quiere pensar,
al olvido selectivo, a la memoria perdida,
a los pedazos de vida que no vamos a perder... jamás."




PS: Texto de Rodrigo Fresán sobre La lengua popular, o último CD de Calamaro, que inclui "Carnaval de Brasil".

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