Saturday, October 31, 2009

La lengua popular

Oba! Oba! Tô feliz! Ganhei da Ana e o Leo o álbum* do Calamaro!!! Obrigadão-ão-ão!





Os caras

Se tu tens que ir lá para cima antes de mim
Porque existe a vida eterna
Leva em meu nome um cucumelo
Por se não chove no céu

E em nome dos 22
Dá ele ao cara, cuartetero,
E dá um longo abraço
Aos meus amigos que se foram primeiro

Também leva alguma das nossas canções
Que vão causar grande posteridade
Suponho que haverá uma cidade inteira
E me serve de consolo se me esperas lá

Muitos amigos se foram antes de mim
E me deixaram só, por isso se no inverno faz frio
Também desço ao inferno um pouco

Suponho que ninguém se vai totalmente
Espero que exista algum lugar
Onde os caras escutem minhas canções
Mesmo que eu não os escute opinar

Pega uma lista dos meus amigos
Quero lhes convencer de voltarem comigo
Se não vão esperar muito, e faz muito
Que os quero ver


*Ilustrado por Liniers!

Thursday, October 29, 2009

Da bunda

Uma garota da Polônia esteve no Rio de Janeiro pesquisando para sua dissertação de mestrado, sobre o filme Cidade de Deus. Em seu diário, publicado na revista Piauí, fez a seguinte observação:

"Nas ruas e no metrô não consigo deixar de olhar para o bumbum das garotas. Eles têm um formato totalmente diferente dos nossos, mais copioso. Não que as brasileiras sejam gordas, nada disso. Apenas têm mais carne, mais músculos. E todas usam calças bem apertadas. Quando andam, parece que fazem massa com o bumbum. Muito interessante".


Nota: Sorry, no photos para este post. Quem leia de Barcelona, que venha para o Brasil.

Tuesday, October 27, 2009

Tapume

Sábado passei por um prédio na Rua da Praia que não era normal. Me virei, mas não parei. Pensei: nossa, alguém fez uma obra de arte sem saber, vou ter que voltar para fotografar. A casa estava coberta de uma série do que me pareceram lâminas de madeira velha, coladas umas às outras formando curvas, semicircunferências, protuberâncias várias. Achei (bobo!) que era uma espécie de proteção que alguém inventou por falta de uma outra opção, redes, andaimes; a casa é antiga, caindo aos pedaços. Já perto da Praça da Alfândega, sentei para tomar um café, peguei a Zero Hora e achei um artigo titulado "Arte monstruosa em Porto Alegre" (ou alguma coisa assim). Não lembro o nome do autor, mas era um desses caras retrógrados em matéria de arte (todo o mundo conhece algum - será que eles são retrógrados em geral?, não é improvável...). No artigo, eram criticadas as esculturas de aço ou ferro que estão por todas partes na cidade (eu também acho algumas delas feias); o senhor se espraiava na crítica da viga-mirante pendurada à beira do rio Guaíba, no Gasômetro (que eu acho fantástica),... e dirigia sua máxima raiva (acho que esse era o motivo real do artigo) contra "essa casa monstruosa" da Rua da Praia (tão bonitinha que era a casinha sem intervenção de maluco nenhum, né? :p). Caiu a ficha. Orgulhoso de ter olho para reconhecer arte na rua, saí todo faceiro do café, com a vontade intensificada de voltar à casa e fotografá-la. É esta aqui. A obra (está escrito em uma placa) é do paulistano nascido em Ourinhos (em 1973) Henrique Oliveira. Seu título é "Tapume", e é feita de compensado (?) flexível, canos de PVC e compensado reciclado, produzida pela 7ª Bienal do Mercosul, que começa... bom, já começou.


Isto foi o primeiro que eu vi.








PS: E agora fiquei na dúvida. Isto que eu vi em Marselha, é a natureza imitando a arte, ou também é obra de alguém?

Monday, October 26, 2009

Motivos para no enamorarse (Carnaval de Brasil)

Ontem eu assisti com a Anna (Anníssima, Anninha) ao filme Motivos para no enamorarse, do argentino Mariano Mucci (o título é meio bobo, acredito que é só para atrair pessoas que nunca iriam ver esse filme). É uma história triste que se passa em Buenos Aires, sobre duas pessoas solitárias, que, no entanto, guardam ainda uma ponta de esperança. Ele, um homem maduro, perdeu a mulher e mora sozinho em um apartamento grande e escuro, com apenas mobília (tem um segredo em uma casa fechada, na praia); ela tem 26 anos, trabalha em um call center (as meninas fingem que ligam de Barcelona: é assim que fazem os empresários, se mandar para onde seja possível pagar menos aos empregados), e, por causa de um relacionamento que não deu certo, diz que gostaria de apagar de sua vida os últimos vinte anos. Filme triste e lindo, e bom, e barato, imagino (legal ver que filmes bons podem ser feitos com pouca grana - te liga, Uri); talvez o primeiro do diretor.

Mas o que eu queria botar no blog é a música dos créditos finais, de Andrés Calamaro, "Carnaval de Brasil": grande como todas as dele (e as de seu colega Fito Páez). É sobre as musas. Sobre seu ir e vir, sobre sua necessidade ou não necessidade. Um trecho diz assim:

"Habrá que desenvainar las espadas del texto,
Y escribir una canción aunque no haya algún pretexto,
y dedicársela al primero que pase caminando,
al que se quedó pensando, al que no quiere pensar,
al olvido selectivo, a la memoria perdida,
a los pedazos de vida que no vamos a perder... jamás."




PS: Texto de Rodrigo Fresán sobre La lengua popular, o último CD de Calamaro, que inclui "Carnaval de Brasil".

Sobre el Maragall

Uri: "T'escric per dir-te que et llegeixis el reportatge que publicava avui El País Semanal sobre el Maragall. El fa el Millàs i a mi m'ha flipat com retrata un crack com el Maragall. A veure què et sembla".

Què em sembla? Em sembla que Catalunya no seria tan petita i miserable si la resta de polítics catalans li haguessin arribat a l'alçada dels genolls.

(O escritor J. J. Millás quer falar com Pasqual Maragall sobre a doença de Alzheimer, que lhe foi diagnosticada há dois anos, mas Maragall é tão genial que ele não consegue - só consegue se apaixonar pelo homem, como tantos de nós nos apaixonamos.)

"Si decir de alguien que fue alcalde de su ciudad y presidente de su comunidad puede parecer mucho, en el caso de Pasqual Maragall no es nada. Habría que añadir que fue el alcalde de los Juegos Olímpicos de 1992 y el presidente del nuevo Estatuto de Autonomía de Cataluña. Los Juegos modificaron el rostro de Barcelona, quizá también sus huesos, además de colocarla en la lista de las ciudades más hermosas del mundo."

Eu gostei especialmente desta parte aqui, porque me diz respeito:

"Uno había ido a Barcelona a por el Alzheimer de Maragall y no estaba dispuesto a que se le escapara (de nuevo la maldita etiqueta). Pero por Dios, si el reportaje estaba ante mis ojos. Tantos años de oficio y aún no había aprendido que escribir consiste en ser capaz de ver lo que tienes delante de las narices (véase La carta robada, de Poe). Maragall llevaba con paciencia al reportero de mierda que les habla, hasta que en un momento dado se volvió a Socías, el fotógrafo, y dijo señalándome:

-Este hombre es muy nervioso, no se da cuenta de que para que se dé la circunstancia del conocimiento tiene que haber tranquilidad.

Yo me sonrojé, como pillado en falta. Entonces Maragall me miró con afecto, sonrió y dijo:

-¡Estos madrileños!"

Saturday, October 17, 2009

:'(

Así se despidió de la audiencia, en directo, el día que España ganó el Europeo, el gran comentarista de baloncesto Andrés Montes. En ese momento, hace tan sólo un mes (20 de septiembre)*, no entendí nada. ¿Su último partido? Ayer fue encontrado muerto en su casa de Madrid. Descanse en paz, gracias por las emociones.



*Noticia del 21 de septiembre (Yahoo! TV): "Después de trabajar tres años para la cadena de Mediapro, laSexta ha decidido no renovarle su contrato por 'crecimiento y reestructuración'".

Noticia del 18 de octubre (El País): "Montes pasaba por dificultades económicas muy serias según fuentes judiciales. Tras comentar el Europeo, se encontraba ahora sin trabajo y deprimido. Recibió hace unos días la orden de desahucio de su vivienda, en Madrid".

"O sistema é um vampiro"...

PS: Artículo de Santiago Segurola.

Traduccions de Brasil 59 (L'âge d'or, de Legião Urbana)



Aprendí a esperar, pero no tengo certeza
Ahora que estoy bien, tan poca cosa me interesa
Contra mi voluntad soy tozudo, sincero
E insisto en tener voluntad propia

Si la suerte un día fue ajena a mi sustento
No hubo armonía entre acción y pensamiento

¿Cómo te llamas? ¿Cuál es tu signo?
Me gusta tu cuerpo, tu rostro es bonito
¿Cuál es tu arcano? ¿Tu piedra preciosa?
Es conmovedor que creas en esas cosas

Busqué varias salidas, de heroína a Jesús
Por vanidad hice todo lo que hice
Jesús fue traicionado con un beso
David tuvo un gran amigo
Y ya no sé si sólo es cuestión de suerte

Vi una serpiente entrando en el jardín
Puede que sea verdad esta vez
Mi tobillo escuece, por culpa de un mosquito
Me mojé los cabellos, me siento tan limpio

No hay belleza en la miseria
Ni hay nada que hacer por aquí
Probaremos otro camino
Estamos en peligro, y lo que aún no entiendo
Es que todo tiene sentido

Y ya no sé si sólo es cuestión de suerte
Ya no sé, ya no sé, ya no sé...

Oh, oh
Ahí vienen los gigantes de mármol
Con anzuelos en la palma de la mano
¿No es bello todo y cualquier misterio?
El mayor secreto es no haber misterio alguno

Thursday, October 15, 2009

Traduccions de Brasil 58 (Idade do Céu, de J. Drexler e P. Moska)

(Continuo apático - por isso não escrevo, nem sequer no blog. Ontem à noite, em vez de ler, fiquei ouvindo o CD de Simone e Zélia Duncan, Amigo é casa, bem baixinho. Quase todas as músicas parecem canções de ninar. Mas são tão bonitinhas que ouvi o CD até o final.)



No somos más
Que una gota de luz
Una estrella que cae
Una centella tan sólo
En la edad del cielo...

No somos lo
Que queríamos ser
Somos un breve pulsar
En un silencio antiguo
Con la edad del cielo...

Calma!
Todo está en calma
Deja que el beso dure
Deja que el tiempo cure
Deja que el alma
Tenga la misma edad
Que la edad del cielo...

No somos más
Que un puñado de mar
Una broma de Dios
Un capricho del sol
En el jardín del cielo...

No hacemos pie
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos un grano de sal
En el mar del cielo...

Calma!
Todo está en calma
Deja que el beso dure
Deja que el tiempo cure
Deja que el alma
Tenga la misma edad
Que la edad del cielo
La misma edad
Que la edad del cielo...

Tuesday, October 06, 2009

Apatia

"Dear Dr. Love,
[...]
I never liked the way your name feels like a bad joke to all those people who are struggling with their marriages. Maybe you should change it to Dr. Apathy, which they (the 1960s shrink set) said was the opposite of love - instead of hate - and I absolutely agree with this. In fact, I think if they ever remake The Night of the Hunter, which is one of my favorite movies (or was, until Jerry got religious), they might rethink the tattoos that the preacher has on his hands. Lord, Robert Mitchum was scary there using his hands to show the fight between love and hate, and him a cold-blooded killer hiding behind Scripture. But imagine a preacher (or a marriage counselor) with hands saying LOVE and APATHY. You love all those little games; you can put your hands behind your back and say, Pick."

(From the short story "PS", by Jill McCorkle.)

Friday, October 02, 2009