Saturday, December 18, 2010

The Social Network, by David Fincher

O filme começa com a namorada, ou meio namorada, de Mark Zuckerberg, criador do Facebook (achei perfeito o ator Jesse Eisenberg no papel, um nerd nem tão nerd assim), terminando com ele ("You're an asshole"), numa cena de diálogos rápidos e difíceis de acompanhar, num bar barulhento do campus de Harvard (todo o filme é assim; é bom tentar não ler as legendas, que só conseguem capturar a metade do que é dito). (Eu tenho, tinha?, uma amiga formada em Stanford que foi morar em Nova York; lá namorou um ex aluno de Harvard, e ela odiava sair com a turma dele. Porque o "harvardnês" é assim: falar rápido e com a obrigação de ser, ou parecer, sempre brilhante, tudo com a maior nonchalance). A sequência seguinte é linda e fundamental, é a dos créditos de início e mostra Zuckerberg correndo através do campus, à noite, até a sua residência estudantil. É nesse momento que (isto está implícito, o filme é cheio de implícitos), fuelled by (como é "fuelled by", Silvia?, estou com a ressaca do inglês do filme), com a raiva derivada do rompimento e do insulto (para quem gosta de "processos de criação": a raiva pode servir a esse propósito), Zuckerberg cria em sua cabeça uma espécie de site infantilóide, para se vingar da namorada, que será o primeiro embrião do Facebook. A seguir vem a parte para mim mais perturbadora do filme: it's all about sex! Lembram Porky's, essa comédia sobre estudantes de ensino médio obcecados por transar? Pois essa parte do filme é a mesma coisa, só que em Harvard, com protagonistas supostamente brilhantes. (Aliás, vi que os alunos de Harvard são de dois tipos: os realmente brilhantes, de um lado, e os bobalhões com pais que foram alunos da universidade e se tornaram fund-raisers, do outro; este seria o caso de Bush II.) Uma personagem que não é de Harvard é especialmente irritante, a do criador do Napster (que, vi nos créditos, é interpretado pelo tal Justin Timberlake, cantor). Sua única contribuição para o Facebook, que inicialmente era thefacebook é: "Drop the 'the'. [Aí ele faz um movimento irritante com as mãos] It's cleaner". Depois vem o juízo, que não é bem um juízo, são reuniões entre Zuckerberg, o brasileiro Eduardo Saverin (o cara mais legal e sensato), os bobalhões irmãos Winklevoss (atletas que não têm noção alguma de programação, mas querem uma fatia do bolo) e os advogados de todos eles, para chegar a algum acordo. Tem uma mulher, uma mulher que não está com nenhuma das partes em conflito, só assiste porque é da firma que sedia as reuniões, que diz a frase de que eu mais gostei. Quando Mark fica sozinho na sala, ela lhe diz: "You're not an asshole. But you're trying very hard to be one". O fim da história é sabido: Mark Zuckerberg vira milionário (ou zillionaire) e perde o único amigo que teve na vida, o Eduardo. E a última cena é parecida com a de Citizen Kane, só que um pouco patética, pois não é da infância, desse paraíso perdido, que Mark sente absoluta falta. É de... - não vou dizer, mas é meio óbvio. O filme é muuuito bom.

9 comments:

uri said...

he de dir que a mi també em va semblar una bona peli, especialment pel tema del guió i el tractament dels actors!!!! i també que, efectivament, la seq¨ència del tiu corrent és moooooolt més important del que sembla...

grande crítico bro', grande!!!

優次 (Yuji) said...

Jo no l'he vista encara perquè pensava q estava avorridota, però ja provaré de mirar-la... xD

Roger said...

Gràcies bro!

Mira-la, Yuji! Tu podries ser un d'aquests alumnes brillants de Harvard! Dels brillants de veritat, no dels "indicats"! :p

優次 (Yuji) said...

Brillant, dius... Home, si el més gran dubte de la vida és si quan acabaré la carrera xD
Doncs res, bon nadal :)

Roger said...

Típic de persones brillants. Això, i no saber quina carrera fer, i anar canviant. :) Bon Nadal paulistà.

優次 (Yuji) said...

Tot just he acabat de veure la pel.li. Doncs res, fa temps que no surto del cine satisfet amb una pel.li. ;)
En Zuckerberg em va semblar algo gilipollas però bé... I tampoc no sabia que el creador del Napster tenia alguna participació a la història del Facebook.

Roger said...

És a dir que en vas sortir satisfet? :)
Emocionalment gilipollas, oi?
Una abraçada.

Silvia said...

Oi Roger -- catching up com os blogs num dia de neve aqui em DC. Eu traduziria fuelled by como alimentado por. Acho que serve nesse caso: alimentado pela raiva. Também gostei do filme, e achei as indicações ao Oscar merecidas. Belas fotos da tua viagem! E obrigada pela apresentação ao Emerson...

Roger said...

Oi Silvia! "Catching up com os blogs": adorei, hehe. Agora estava vendo 30Rock no Sony Entertainment, me deu saudade de falar inglês e pensei em ti! (Volta!)
Gostou das fotos? :)
Gostou do Emerson? :)) (Divulga por aí, please.)
Bom início de ano para ti e o Dhruv!
PS: Ainda não postei aquela foto tão internacional, mas vou postar.