Thursday, August 30, 2007

The World According to Garp

Para engendrar ele, a mãe de Garp, enfermeira da Nova Inglaterra que odeia os homens, usa um artilheiro da Segunda Guerra que jaze no hospital e só tem ativo o membro viril. Este é o inicio dum livro louco -o primeiro romance de John Irving- com: assassinato a tiros (três), assassinato a facadas, estupro (dois), acidente de carro, acidente causado por condutor homicida, olho furado, pênis amputado (dois), braço amputado, orelha arrancada (duas, uma de cachorro), língua cortada (inúmeras). E com muito sexo: infidelidade tradicional, infidelidade moderna ou consentida, intercâmbio de casais, sexo com empregada, sexo com aluno, sexo oral, sexo transexual... O autor parodia pessoas (a mulher de Garp, professora de literatura, é a única personagem "normal"), comportamentos (preocupação com a segurança dos filhos), movimentos (feminismo), profissões (escritor, editor)..., sempre com um pé na realidade: com todo seu exagero, o mundo de Garp não deixa de ser humano e real. Fica longo demais por causa de três contos que o recheiam e que o autor atribui a Garp, mas, mesmo assim, é um livro para não parar de ler, e, a cada três ou quatro páginas, soltar uma gargalhada. A tradução é boa e Garp não se importaria com isso, mas a sexta edição de bolso ainda contém uma montanha de erros tipográficos. E a capa, Maritrini, com essa moldura xadrez, é feia, inclusive para quem gosta de E. Hopper. Posso dar três corações e meio?

Lido em espanhol.

3 comments:

Maria Fabriani said...

esse eu vou ter de ler!!!!

Anonymous said...

Sí... No vamos hablar en Hopper... Pero así, desde lejos, no es que sea una maravilla, pero me gusta más esta portada que las de Anagrama!
:o)

Roger said...

haha! sim, acho que vai gostar, Maria! :))

Maritrini... Te gusta MÁS??? Não, não me diga issoooo! <- (com voz de R. Russo)