Wednesday, August 04, 2010

Parece que foi escrito hoje...

Trecho de Grande Sertão: Veredas (1956), de João Guimarães Rosa (foto tirada por Anna no Museu da Língua Portuguesa, São Paulo):





Trechos do artigo "A internet está deixando você burro?", da revista Galileu (agosto de 2010):

Afinal, o que a web está fazendo conosco? Essa é a reflexão que o americano Nicholas Carr, um dos polêmicos pensadores da era digital, propõe em The Shallows: What Internet is Doing to Our Brains (Os rasos: o que a internet está fazendo com o nosso cérebro). Segundo Carr, "estudos mostram que, quando estamos conectados, entramos em um ambiente que promove a leitura apressada, o pensamento corrido, distraído, o aprendizado superficial. Ler na internet está nos deixando mais rasos e com menor capacidade de pensamento crítico".

Para Michael Merzenich, neurocientista, pioneiro em estudos de como o cérebro se remodela por conta de estímulos externos, "tentar resolver qualquer problema por basicamente olhar sua resposta é algo muito diferente do que tentar resolvê-lo usando a inteligência e o raciocínio". É o que acontece, por exemplo, quando procuramos uma resposta no Google antes mesmo de refletirmos sobre a pergunta. "Certamente envolve uma manipulação de informações muito mais suave no uso de suas habilidades cognitivas".

O uso "mais suave" do cérebro pode "destreiná-lo" em atividades relacionadas, fundamentalmente, à inteligência. É isso o que argumenta um artigo publicado na revista Science pela psicóloga Patricia Greenfield, da Universidade da Califórnia, que analisa 52 estudos sobre o aumento do uso da internet, do videogame e da TV. Patricia, pesquisadora da área há 15 anos, conclui que as novas mídias trouxeram um desenvolvimento sofisticado de habilidades visuais-espaciais. Mas, ao mesmo tempo, reduziram a capacidade de lidarmos com vocabulário abstrato, reflexão, pensamento crítico e imaginação.

2 comments:

Sergio Lulkin said...

Argh! Pois é... a tendência é ir sempre na direção da superfície... velocidade, sem tempo de aproveitar a experiência... Vide Jorge Larrosa em "Linguagem e Educação depois de Babel", sou fã.

Roger said...

Vou ver! (Ler!) :))