Friday, July 04, 2008

200 anos da família Fagundes em quinze linhas

(Exercício feito na aula de Escrita Criativa.)


Lídia Fagundes não tem descendência. Casou-se, separou-se, e casou-se de novo, mas não teve filhos porque acha que o mundo está prestes a acabar. Teve nove irmãos, dos quais oito já morreram – na guerra. Salvou-se só Bernardo, que sempre foi diferente, nunca teve o sentimento de pertencer à uma comunidade, nem sequer à família – imaginem então se ia lutar pelo país. Em vez disso, isolou-se em seu mundinho de fumadores de maconha, e por isso foi imediatamente repudiado pelo pai, Odílio Fagundes, coronel do 6º Batalhão de Engenharia de Combate do Exército. Odílio dedicou toda sua vida ao Exército, mas foram, esses, tempos de paz. Deixou seus dez filhos ao cuidado de Marília, seguindo nisso o exemplo de seu pai, Rodrigo, também militar. Rodrigo Fagundes nunca disse com exatidão quantos filhos teve – às vezes eram cinco, às vezes eram seis –, nem se os teve todos com Raquel, sua mulher. Rodrigo era filho de um padre, o Padre João Ambrósio, da Igreja da Santa Maria da Puríssima Conceição, que foi excomungado pela Santa Sede por não cumprir os votos e por outros desmandos. Da união dele e uma mulher cujo nome se perdeu nasceu Rodrigo, e dizem as más línguas que ele teve outros seis irmãos, bastardos. O Padre Ambrósio sempre o negou. Difícil saber, só resta a lenda, já se passaram quase 200 anos.

7 comments:

Anonymous said...

Que interessante família, Roger! No mínimo, excêntrica. rsrsrs. (Se bem que, nos dias de hoje, nem sei mais o que diria ser "excêntrico.")

E dessa vez (coisa rara)o assunto não deu nó no cérebro "meio loiro" que eu tenho (que as loiras me perdoem!). Hahahahaha! Essas histórias de "não sei quem" que é filho de "não sei quem mais", que é neto de "não sei mais quem", geralmente embaralham minha cabeça.
Gostei do texto! :)

Roger said...

Não deu nó? :o) :) Pois essa é uma das coisas que eu tentei! Oba! Consegui! :))) Eu também fico perdido quando nas histórias aparecem um monte de nétos e filhos e genros e pais e avôs e bisavôs...

Mas... loirice em você? Nem um grama!!!! Beijo! :)

Ana Kessler said...

Hei, vc conhece a brincadeira do "O último que chegar é a mulher do padre?". Talvez ajude a desvendar o mistério da mãe de Rodrigo... Adorei o texto, bjbj

Roger said...

Gostou mesmo? :)))

Não conheço, não! Pode me contar! :)

bjbj

... e até agosto!

Ana Kessler said...

Aqui no Brasil a gente tem um ditado, entre as crianças, que diz assim: "O último que chegar é a mulher do padre". E todo mundo se lança em desabalada carreira...

Até agosto? Cê não vai na próxima aula, quinta que vem?

bjbj

Roger said...

Obrigado Ana! :) E desculpa pela demora em responder...

Até agosto, sim. Quinta e sexta viajei, já estou em Barcelona. Espero estar de volta para a primeira aula.

Um beijão, boas férias (se tiver),

Roger

Anonymous said...

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