Sunday, February 10, 2008

Encontros com celebridades

Todos estes encontros foram no mesmo dia. Na noite de dia que começou com eu, cedo de manhã, tomando banho de cueca vermelha (!) na praia do Farol da Barra, com três espinhos de ouriço-do-mar cravados no dedão do meu pé.


Celebridade 1. Jayme Figura. Eu conhecia esta fantástica personagem por ter sido entrevistada pela Rose e suas amigas da Faculdade de Museologia, mas até ontem não tinha visto ela. É a celebridade menos célebre e mais exótica, e a única com quem eu consegui me fotografar. A Rose, uma vez, descreveu o Jayme assim: "Artista baiano exótico, essa figura chamada Jayme Fygura é uma obra representativa do movimento de Performance Art, ele é uma obra de arte ambulante, que caminha pelas ruas de Salvador com uma indumentária, no mínimo, estranha". "Muita gente pensa que ele é um louco que gosta de aparecer, um lixo, etc., mas eu sempre o vi como alguém que propositalmente causa reações e expressões diversas nas pessoas, e também está de certa forma gritando para a sociedade através de seus trapos e de sua face coberta." "Não é um louco como pensam." "O Jayme provoca uma sensação muito interessante. A necessidade que temos de olhar nos olhos das pessoas, de perceber pra onde elas direcionam seu olhar... Com o Jayme isso é provocador. A cara toda coberta, mascarado mesmo. E você buscando os olhos dele, imaginando como ele te vê." Eu encontrei o Jayme há três dias, à noite, na praça Quincas, e, excitado, liguei logo para a Rose: "Rose, imagina com quem acabei de cruzar!". Encontrei ele, de novo, há dois dias, dessa vez em plena luz, no Terreiro de Jesus, e parei para lhe dizer que uma amiga minha estava procurando ele para lhe dar o trabalho que sobre ele e outros artistas ela fez. (A Rose não conseguia encontrar ele.) Mas a maior surpresa foi encontrar ele ontem (pela terceira vez em três dias!) ... entrando no café do albergue onde eu estou! A gente tinha combinado de se encontrar na frente da Casa de Jorge Amado, mas liguei para a Rose e falei, vem cá!, tem alguém que você conhece! Aqui um vídeo com ele. E aqui a foto de nós dois:



Celebridade 2. Regina Casé. OK, eu não sou fã dela, mas acho o programa dela, Central da Periferia, que mostra aquilo que acontece nas favelas que os noticiários não mostram, ou seja, tudo o que de bom acontece nas favelas, um programa muito interessante e necessário. (Gostei, especialmente, do programa dedicado à favela carioca onde cresceu o ator Douglas Silva, sobre quem escrevi um post.) Ela estava assistindo ao show do Jota Veloso (e amigos) na praça Pedro Arcanjo, um pátio interior do Pelourinho, lugar pequeno, e eu fui cumprimentá-la e parabenizá-la pelo programa. Achei-a meio seca, o acompanhante dela sorria mais. Mas enfim, na verdade fui cumprimentar ela como treino para parabenizar logo depois a pessoa mais importante que estava lá.

Celebridade 3. Caetano Veloso. Sim, ele, que ficou meio sumido durante o Carnaval, estava lá, assistindo ao show do filho, sentado numa mesa com mais umas oito pessoas, escondidinho atrás da turma que lotava o espaço e dançava de pé. "Será que é ele?", perguntei à Rose. "Acho que é!" "Sério?" "Eu acho! Que saco que a gente não tem uma caneta!" "Eu vou lá ver." "Vai!" "Vou." E lá fui eu. Mesmo pertinho, sabendo já que era ele, ainda duvidei. (Eu sempre fico com medo de confundir uma pessoa com outra.) Então, perguntei a um homem preto, magrelo, vestido de branco e com um chapéu branco esquisito, redondo e plano, sem abas, se aquele senhor era o Caetano. Ele falou que sim, e que ia fazer umas canjas (participar no show). Me aproximei, sorri para ele, e antes de eu esticar o braço, o Caetano já estava meio erguido, sorrindo e estendendo sua mão. We shoke hands! Ho ho ho ho! Cumprimentei-o, falei-lhe que era espanhol, e agradeci-lhe por todas as músicas que ele fez. Foi muuuito querido. Vestia uma camisa de linho azul escura e seus óculos finos; estava com seus cabelos grisalhos, seu bronzeado, e um sorriso de pessoa que ainda se sente jovem. E eu, que não sou um cara de pedir autógrafos ou coisa parecida, fiquei mais feliz que criança de 15 anos.

Celebridade 4. O Rei Momo. Essa pessoa esquisita que me falou que o Caetano era o Caetano e em quem eu não reparei, olhando como estava para o "astro"? Era ele. O Rei Momo deste Carnaval, que pela primeira vez na história do Carnaval de Salvador foi um Rei Momo magro.

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