Friday, February 08, 2008

Olhar de cobra

Este post é para a irmã da Rose, Rosa, e para a minha irmã, também Rosa.

Para Rosa (Cortês), porque ela tem, segundo a Eliana (e segundo eu, porque eu concordo, porque experimentei-o), olhar de cobra; para Rosa (Cardús), porque ela estuda antropologia, gosta de e vai viajar à África.




Este é o objeto que mais me impressionou do Museu Afro-Brasileiro, na Antiga Faculdade de Medicina da Bahia (gostei tanto que fui lá de novo para fotografá-lo). É uma máscara Guelede, da etnia Yoruba, da República Popular do Benín. É feita em madeira pintada. O painel diz o seguinte: "Os animais representados simbolizam virtudes e comportamentos humanos". E aqui vem o interessante: "A cobra, por sua frieza, está associada à calma, a tranqüilidade, qualidades desejadas para o comportamento das la Mi (mães feiticeras) e das mulheres em geral".

Eu entendo que esse olhar que a Rosa faz tão bem (que pode ser assustador quando dedicado a algum garoto numa noite de samba, por exemplo, ou a alguém que falou alguma coisa sobre a qual ela tem dúvidas, mas que na maioria das vezes é brincalhão, obra de uma grande palhaça, garota muito engraçada a quem este ano eu conheci melhor), pode muito bem ser o olhar de uma pessoa calma e tranqüila. Porque a Rosa é assim, calma, leve, tranqüila; virtudes que não estavam entre as que eu costumava atribuir às cobras...

Ela também é ágil, inteligente, e também como as cobras, de reações rápidas e exatas (e fala rápido; quem diz que baiano fala devagar?), mas essas são já caraterísticas compartilhadas com a sua irmã gêmea, minha querida Rose.


PS: Também interessante: "A máscara é mais do que uma máscara e mais do que a máscara e o vestido: É o próprio mascarado quando se põe em movimento".

PS2: Rosa, faz um olhar de cobra e me manda para eu postar? :D

1 comment:

Anonymous said...

Thanks for writing this.